Não é de hoje que os militares estão ligados aos setores mais reacionários da direita nacional. Já denunciamos, outrora, a participação dos milicos no impeachment de Dilma Rousseff. Atuando como organizadores do golpe de 2016, os militares têm tomado conta do cenário político, acossando qualquer setor que se disponha à contrapô-los.
De acordo com matéria publicada no sítio da Folha de S. Paulo, a presença de militares da ativa das três Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica) aumentou em 33% somente durante a gestão do golpista Jair Bolsonaro “o Capitão Boçal” (sem partido) – o que corresponde ao dobro da participação das duas últimas décadas. Os dados levantados pelo jornal burguês, revelam que do final dos anos 1990 até 2016, os militares aturaram de forma restrita, sendo responsáveis por apenas três órgãos: o Ministério da Defesa (embora sempre chefiado por um civil), a Vice-presidência e a Presidência da República, mais especificamente o Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Ao fim do governo golpista do lacaio Michel Temer (MDB) cerca de 1.925 militares da ativa do Exército, Marinha e Aeronáutica preenchiam cargos de confiança no governo. Hoje em dia, um total de 2.558 militares estão distribuídos em pelo menos 18 órgãos, sendo boa parte estratégicos para o imperialismo, como é o caso da pasta da Economia e Minas e Energia. Na última sexta-feira, 17, porém, o Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou novos números, mostrando que se trata de muito mais que o apresentado anteriormente. Segundo o TCU, já chega a 6,1 mil o número de militares no governo. Esse total, porém, inclui militares que não exercem cargos de assessoramento e chefia.
Fica cada vez mais evidente que a presença de militares no governo só tem aumentado e tende a aumentar ainda mais. Para manter o regime sob seu controle, Bolsonaro não pensará duas vezes em atuar conjuntamente com a alta cúpula das Forças Armadas. Afinal, é preciso ter um braço armado capaz de esmagar a população em decorrência da política de terra arrasada que os golpistas têm como programa. Sabe-se, portanto, que enquanto o presidente for Jair Bolsonaro, os militares terão carta branca para se apoderarem do poder político. É preciso derrotar o golpe de Estado, lutar pelo fora Bolsonaro. Não se pode depositar esperanças nas eleições – é preciso fomentar e inflamar as manifestações nas ruas.