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Pandemia e falência do regime

Cresce a crise da burguesia e a divisão do governo golpista

Em meio à divisão no interior do governo e do conjunto da burguesia, se intensificam as manobras para manter e controlar Bolsonaro e salvar o regime

A crise no interior do próprio governo ilegítimo de Jair Bolsonaro se intensificou enormemente nos últimos dias, diante do avanço da pandemia do coronavírus e da crise econômica que ela impulsiona. A situação que já era de enormes confrontos e instabilidade desde o primeiro dia do governo, se aprofundou, sem sinais de que possa haver uma pacificação, diante das tendência muito claras de que a situação de crise social e econômica, tende a se agravar, e muito, nos próximos dias.

Como expressão dessa crise, se destacaram, a denúncia de uma suposta “intervenção militar”, na forma de uma suposta nomeação do general Braga Neto como para o até então inexistente cargo de “comandante do Estado Maior do Planalto”, o que colocaria o presidente sob a tutela ainda mais direta dos militares e a ameaça pública de demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, feitas pelo próprio presidente da República e, depois, desautorizadas após uma reunião dos ministros palacianos (em sua maioria militares), com o presidente e o ministro Mandetta.

Sobre o possível chamado “golpe brando”, no qual Bolsonaro estaria sendo afastado do comando do governo, fica evidente que, independentemente se tenha ocorrido ou não alguma “reorganização” na forma pela qual os militares intervenham no comando do governo (o que ocorreu em todas as etapas do golpe) o que está se evidenciando é que o “controle” dos militares visa, uma vez mais, preservar o governo, evitar que Bolsonaro continue atirando contra o próprio pé, abalando ainda mais o já desgastado regime golpista. Uma política que é comum, nesse momento, a todas as alas da burguesia golpista que buscam um difícil controle sobre Bolsonaro (pelos distintos interesses das diversas alas da burguesia em disputa), mas que não querem – de modo algum – por fim ao governo Bolsonaro, por conta de que não têm uma solução efetiva, própria da burguesia e com apoio popular para substituí-lo.

Em meio à crise, o que os militares buscam é garantir a “unidade” (possível) do governo como ficou evidente na defesa da política de limitar o isolamento, defendida por Bolsonaro, em primeiro lugar (em favor dos interesses das camadas da burguesia que representa), e que foi acompanhada por lideranças dos militares golpistas, como o general Villas-Boas, que deixou claro que o governo de conjunto apressou decisão de acabar com isolamento, evidenciando que se tratava da posição oficial dos militares (e não apenas de Bolsonaro). Essa posição também acabou sendo encaminhada publicamente pelo próprio Ministério da Saúde, na ultima segunda, quando anunciou-se, em entrevista coletiva, que estão em estudo medidas para limitar o isolamento adotando-se o que foi por eles chamado de “Distanciamento Social Seletivo (DSS)”, ou seja, que apenas alguns grupos ficam isolados e  pessoas com menos de 60 anos e sem condições que elevam o risco de casos graves poderão circular livremente.

Desta forma, Mandetta fica, mas fica também a política bolsonarista de acabar parcialmente com o isolamento que, na realidade, é a única (e ineficaz) política do conjunto dos governos direitistas e do grande capital diante da crise, no Brasil e em todo o mundo. Na quase totalidade dos países, pelo predomínio da política do grande capital imperialista, não há medidas reais de combate à epidemia e suas consequências para a maioria da população: não há testes em massa; não há pesados investimentos na saúde, no saneamento básico, na melhoria das condições de moradia, alimentação etc. da população. Enquanto isso, os capitalista tiram proveito para aumentam sua expropriação dos trabalhadores, com milhões de demissões, rebaixamento dos salários, roubo dos recursos públicos etc. etc.

Nestas condições, não se deve ter nenhuma confiança de que uma ala dos militares, ou mesmo uma ala da burguesia golpista vá livrar o povo de Bolsonaro e de sua política reacionária. Disseminar essa crença, como faz a esquerda burguesa e pequeno burguesa é puramente semear ilusões. Os militares não vão “salvar a pátria”; como também não o farão os políticos da burguesia golpista da “oposição” que divergem de aspectos da política do governo federal, mas prezam – de fato – pela continuidade do seu governo.

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