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O caminho para as derrotas

CPI da Lava Jato, uma armadilha

A esquerda parlamentar prefere discutir com golpistas no ambiente refrigerado do Congresso, a intensificar a mobilização popular e assim derrubar “a quente” o golpe

Na última quarta-feira (11), foi entregue na mesa diretora da Câmara dos Deputados requerimento para criação de Comissão Parlamentar de Inquérito que afirma irá investigar as ações do Ministério Público Federal na Lava Jato.

As mensagens trocadas entre procuradores da Lava Jato e Moro revelaram o que a grande maioria do povo já sabia: este era apenas mais uma das inúmeras operações golpistas da burguesia para manipular toda a situação política brasileira, não só com o objetivo de chantagear parlamentares e lideranças políticas em defesa dos interesses do imperialismo, mas principalmente, visando a retirar Lula da disputa eleitoral, para assim dar um arremate ao golpe iniciado com a retirada fraudulenta do poder de Dilma Rousseff, estabilizando o poder nas mãos dos golpistas.

Os procuradores da Lava Jato – encabeçados por Sérgio Moro – jamais negaram os conteúdos das mensagens reveladas pelo Intercept. Limitaram-se a questionar os meios pelos quais aquelas informações chegaram a conhecimento público. Sem negar a veracidade do conteúdo, reconheceram uma verdadeira confissão de toda a pilantragem envolvida nesta operação, que certamente representa a maior fraude eleitoral e judiciária da República brasileira.

Tudo isto levou a Lava Jato a ser totalmente desacreditada, e hoje as grandes massas já sabem que só não têm Lula como seu presidente devido às ações criminosas dos envolvidos naquela operação.

Todos sabem que Lula foi perseguido para não voltar ao poder e que as eleições de 2018 é uma fraude através da qual a burguesia ataca hoje violentamente o povo brasileiro, elevando às alturas até mesmo a quantidade de assassinatos promovidos pelo Estado brasileiro, por meio de fascistas como Zema, Witzel e o próprio Bolsonaro.

O crescente descontentamento popular, hoje à beira de uma explosão, demonstra que ainda estamos no momento oportuno das lideranças de esquerda chamarem o povo às ruas em enormes mobilizações.

É possível e necessário que tais lideranças coloquem-se à altura do imenso descontentamento popular e organizem o povo em luta, para assim derrubar de vez o governo golpista de Bolsonaro e toda a sua quadrilha de fascistas, presente inclusive em nível estadual, gente que jamais deveria ter chegado ao poder, nem um segundo sequer.

Infelizmente, a esquerda “parlamentar” não pensa desta forma.

Esta esquerda não quer a força da mobilização popular derrubando “a quente” os governos proto-fascistas instalados Brasil afora. Prefere levar a discussão para o ambiente refrigerado do Congresso Nacional, para bem longe do povo. Local onde as encenações e manipulações dos congressistas dos partidos burgueses ficam totalmente à vontade até mesmo para tentarem tirar da lama a reputação hoje destruída da quadrilha de procuradores do Ministério Público Federal, e da própria operação Lava Jato em si, dando uma sobrevida ao golpe que agora cambaleia à beira do abismo.

Uma fábrica de confusões

Além disto, o elemento de confusão que esta CPI representa tem mais dois aspectos importantes.

Primeiro, é de se estranhar que não ataca de frente Sérgio Moro, justamente o chefe da fraude toda que levou Bolsonaro ao poder.

Ainda que a CPI possa evoluir para incluir o assim popularmente conhecido “Juiz Ladrão” Moro, o chefe da quadrilha da Lava Jato não figurar como principal investigado no pedido inicial da comissão de inquérito coloca uma profunda suspeita de que estamos frente a mero oportunismo político, simples demagogia parlamentar, poupando Moro, que hoje possui ainda uma pequena base popular, mas bastante barulhenta, ao estilo histérico fascista.

O outro elemento de confusão da CPI é dar a impressão para a esquerda militante e para o povo em geral de que esta investigação esgotaria a necessidade de luta. A CPI seria tudo o que podemos fazer.

Se tudo já estaria sendo feito via parlamento, ou as ruas passam a ser meras coadjuvantes deste processo, atrelando as manifestações populares a uma política de pressão parlamentar vazia, ou, ainda pior, o povo poderia ser levado a pensar que não é mais o caso de continuar a mobilizar-se, esvaziando a única política que tem força para realmente derrotar o golpe: a ampla mobilização das massas.

Que a política parlamentar não seja suficiente para derrotar o golpe muitos já sabem, diante da experiência de 2016. O maior problema, entretanto, é ao efeito desmobilizador que esta política tem, as confusões que ela gera, e o distanciamento das ruas que ela necessariamente produz.

A burguesia não teme a luta parlamentar, pois tem total controle do Congresso, através daquela maioria de deputados que somente possuem seus cargos devido ao investimento em dinheiro e publicidade que a própria burguesia lhes conferiu.

O que a burguesia golpista teme é somente o povo na rua. O povo em luta, em greves políticas, marchas de movimentos populares, disseminação de organizações de base, como os comitês de luta contra o golpe, e principalmente, manifestações de amplas massas, com estudantes, operários, sem-terras e demais movimentos populares juntos ameaçando os golpistas com palavras de ordem que colocam em perigo o próprio poder burguês, como Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula.

A rebelião popular cuja explosão se aproxima mais e mais na mesma medida em que cresce a insatisfação do povo e aumenta clareza quanto ao inimigo é o único fato que realmente leva a burguesia a baixar sua cabeça aos interesses do povo.

Com a CPI, ao contrário, a burguesia é quem ganha. Tira a luta das ruas e coloca no ambiente parlamentar, em que hoje detém pleno controle. Conduz o povo à confusão e à paralisia com uma política de dependência das instituições golpistas e esvazia o ímpeto da mobilização popular.

Se jamais pudemos confiar de fato em instituições burguesas, como o Parlamento, para levar a frente as reivindicações populares, em tempos de golpe, lutar através delas é o caminho certo para um verdadeiro calvário de derrotas do povo.

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