Proprietários de escolas particulares no Rio de Janeiro realizaram um ato na manhã deste domingo, 13, na orla da Zona Sul da cidade, pedindo o retorno das aulas presenciais. Cerca de 200 pessoas participaram da mobilização, entre pais e donos dos colégios. O retorno das aulas presenciais na rede privada do Rio estava prevista para esta segunda-feira, mas uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho impediu a volta. Fato este que gerou o protesto dos empresários.
Manifestações como estas precisam ser encaradas como mobilizações direitistas. No caso em questão, fica evidente que a direção do movimento está nas mãos dos empresários do setor privado da educação, os quais se preocupam em primeiro lugar em salvarem seus lucros do que com a vida dos jovens e dos trabalhadores da educação.
Trata-se também da expressão de um movimento mais geral da burguesia nacional e internacional de retorno ao trabalho em todos os setores, mesmo com a pandemia ainda não controlada, sem vacina e sem qualquer tipo de política de enfrentamento conseqüente ao problema por parte dos governos capitalistas.
A cidade do Rio de Janeiro conta com mais de 95 mil casos da doença e 10 mil mortes. Vários estudos publicados indicam que a volta às aulas pode acarretar num aumento exponencial da doença, na contaminação e no número de mortos. Muitos jovens podem também acabar atuando como vetores da doença, contaminando familiares mais propensos ao coronavírus, como seus próprios pais, tios e avós.
Um estudo feito pela Fiocruz no final de julho apontou, por exemplo, que a cidade do Rio de Janeiro pode somar mais de 3 mil mortes com o retorno das aulas presenciais. O número de pessoas que precisarão de tratamento poderá chegar à casa de 60 mil, devido ao contato dos jovens com pessoas mais velhas, com problemas cardíacos, respiratórios entre outros.
Mesmo com todos os dados e com o descontrole da pandemia, os governos capitalistas, os empresários do setor, a burguesia de conjunto se preparam para lançar milhares de jovens e trabalhadores da educação à morte. No Espírito Santo, por exemplo, de maneira cínica, macabra e demagógica os golpistas preparam, inclusive, um protocolo de “despedida” para aqueles professores, alunos e funcionários que falecerem por conta da doença.
É preciso, portanto, combater de maneira enérgica tais mobilizações da direita a favor do retorno ao ensino. É necessário mobilizar os estudantes, as famílias, professores e funcionários contra o retorno às aulas presenciais. Organizar a greve geral da educação nacional contra a política de morte orquestrada pela direita e pela burguesia. Defender a volta às aulas somente mediante a vacinação de todos.