A extrema direita mexicana prepara um golpe de Estado contra o presidente López Obrador.
Isso é o que diz matéria publicada no portal russo RT, que traz uma entrevista com Carlos Mendoza Aupetit, diretor do Canal 6 de Julho – uma produtora independente de documentários nascida após as eleições presidenciais de 1988 no México, data que leva o nome ao considerar que marcou um antes e um depois na democracia mexicana – que dá indicações documentais de que a extrema direita colocou em marcha uma estratégia para tentar dar um “golpe brando” contra o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador.
Segundo Mendoza:
“A evidência coincide com o método ‘golpe brando’ e nos permite apoiar essa hipótese. É a presença de alguns tanques de pensamento ligados a corporações muito poderosas nos EUA que têm atuado, por exemplo, em apoio à oposição venezuelana, na parte mais radical e violenta, que está presente no México e está patrocinando algumas expressões que adotam um discurso não tanto de crítica, mas de desestabilização.”
Mendoza diz que a difusão de campanhas e mensagens nos meios de comunicação e nas redes sociais, a organização de grupos opositores e a promoção de manifestações de protesto contra o presidente, assim como a propagação de notícias falsas busca “deslegitimar e debilitar” o atual governo, “em uma ação similar ao que ocorreu na década recente em outros países latino-americanos como Honduras, Argentina ou Brasil”.
Os tanques de pensamento “think tanks” a que Mendoza se refere são a Red Atlas e o Instituto CATO, que recebe fundos das Indústrias Koch, o segundo conglomerado industrial dos EUA. Todos têm filiais no México ou patrocinam organizações no país.
“Eles estão patrocinando a atuação de alguns grupos que estão adotando esse discurso em torno da ideia de liberdade. Há outra atuação bastante notável de um grupo chamado Students for Liberty (Estudantes pela Liberdade), intimamente ligado a eles, a cientista política guatemalteca Gloria Álvarez”, afirma Mendoza, que também denuncia que Álvarez é coautora do livro ‘El engaño populista’, projeto pelo qual teve o apoio de Enrique Krauze, um intelectual mexicano apontado de estar por trás da chamada Operação Berlim, com a qual grupos empresariais financiaram uma campanha suja contra López Obrador na disputa presidencial para ligá-lo ao governo da Rússia. Krauze negou sua participação.
Enquanto a esquerda aposta suas fichas nas eleições, a extrema direita avança na ofensiva contra governos que não sejam totalmente alinhados aos interesses do imperialismo. O governo de López Obrador é extremamente moderado, mas isso não impede a direita e o imperialismo tenham planos para derrubá-lo.