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Expedito Mendonça

Militante trotskista há 40 anos, fundador e atual diretor do Sindsep-DF. Formado em História pela UniCEUB, membro da comissão de redação do Jornal Causa Operária e colunista do Diário Causa Operária.

Genocídio oficial

Covid-19 – Uma guerra contra a própria população

Os números da pandemia não param de crescer, colocando o Brasil entre as nações mais atingidas e que menos adota medidas para conter a disseminação do vírus

Na crise epidêmica que assola o Brasil, os números da covid-19 claramente demonstram que estamos diante de uma gigantesca catástrofe nacional, onde uma enorme tragédia se instalou em todo o território nacional, praticamente transformando o país em um enorme cemitério.

Os números que a cada dia são divulgados (seguramente subnotificados), tanto no que diz respeito aos novos infectados, como os óbitos crescentes, são verdadeiramente alarmantes, números esses que já se aproximam das 200 mil mortes, motivadas principalmente pelo descaso e a negligência das autoridades políticas (federais e estaduais) e do setor da saúde do país – Ministério da Saúde – ocupado por uma burocracia militar sem qualquer conhecimento do básico e elementar sobre saúde pública, incapaz até mesmo de elaborar um plano consistente para a vacinação da população. 

Enquanto sobram palavras vazias, promessas e muita retórica demagógica, falta de tudo para o enfrentamento à pandemia. Os hospitais voltaram a ficar superlotados, com os leitos de UTI para os doentes graves esgotados; não há testes suficientes para a população; os investimentos para equipar as unidades de saúde não são liberados; a contratação de profissionais para atuar na linha de frente do combate à epidemia não se efetiva, assim como não há investimentos em equipamentos de alta complexidade e, para completar a tragédia, entrou em cena a “guerra das vacinas”, uma disputa entre as camarilhas federais e regionais para ver quem mais se destaca no festival macabro de horror, tragédia e mortes que o país, atônito, assiste.

A cada dia a catástrofe assume capítulos ainda mais dramáticos, com o relato de um número cada vez maior de novos brasileiros mortos, igual ao que tínhamos quando do momento de pico da pandemia, nos meses iniciais, onde eram registradas mais de mil mortes diárias em todo o país. Para nos situarmos nos números da hecatombe que o país vivencia, devemos considerar que o pais que conta com 212 milhões de habitantes (Brasil) registrou mais mortes por covid-19 no espaço de uma semana (14 a 20 de dezembro) do que outros 63 países juntos ao longo da pandemia inteira. Esse grupo de nações soma 634 milhões de habitantes. São números de guerra para um país que não está em guerra, a não ser uma guerra dos governantes, da burguesia, da extrema direita e da direita liberal dita “civilizada”, contra a sua própria população.

Neste período, 5.233 pessoas morreram no Brasil em decorrência da doença provocada pelo coronavírus. Foi o número mais alto desde setembro, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, números que em momento algum devem merecer qualquer mínima credibilidade. “Esse total é superior à soma de mortes registradas desde janeiro em 63 países juntos, entre eles Tailândia, Islândia, Vietnã, Uruguai, Taiwan, Cuba, Botswana, Gabão, Nova Zelândia, Cingapura e Estônia” (BBC News, 23/12). Também em número de infectados o Brasil ocupa as piores posições, comparadas às de outras nações, não somente menos desenvolvidas, como que com um número de habitantes bem inferior ao nosso. “Em uma semana, o país registrou 333 mil casos, um recorde desde o início da pandemia. Essa cifra é superior à soma de casos notificados desde janeiro em 76 países” (Idem, 23/12).

Na data natalina, 25 de dezembro, o Brasil rompeu a barreira das 190 mil mortes, colocando o país em segundo na lista de países com mais óbitos até agora, atrás apenas dos Estados Unidos, com 328 milhões de habitantes e mais de 330 mil mortos.

Este é o resultado trágico da catastrófica politica dos governos reacionários, golpistas, de extrema direita (governo federal), da direita liberal e também da esquerda (governadores), todos ou quase todos responsáveis, ou cúmplices diretos pelo enorme genocídio que vem sendo perpetrado contra a população, em especial as camadas menos favorecidas, os mais vulneráveis, a população pobre e explorada, abandonada à própria sorte, desassistida pelo poder público e atacada em seus direitos.

 

 

 

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