Segundo informação da OMS, a previsão para que seja disponibilizada uma vacina efetiva contra o novo coronavírus só estaria disponível a partir de 2021. Mesmo com o avanço da pandemia, ainda não há um meio efetivo de combate ao coronavírus. Além das dificuldades, por se tratar de um vírus recém-descoberto, a gana da indústria farmacêutica longe de ser um facilitador para o desenvolvimento da vacina, deixa claro o quão falido está o sistema capitalista global. Em uma sociedade minimamente civilizada, o correto seria reunir os maiores especialistas para contribuírem no desenvolvimento da vacina. Diferente disso, o que se percebe é que a indústria farmacêutica diz que os canais de distribuição de seus produtos são insuficientes, ou têm problemas para dar conta de entregar uma vacina a nível mundial. Não há canais de distribuição porque não dá lucro; não é do interesse da indústria farmacêutica tratar e curar doentes, mas lucrar com a miséria alheia.
Importante ressaltar que a vacina do Ebola, vírus que assolou a África há alguns anos, demorou 5 anos para ser desenvolvida. Tal dificuldade advém do caráter predatório e de exploração, como trabalham as indústrias farmacêuticas. Além da falta de previsibilidade de quando surgirá uma vacina que seja efetiva, há também problemas de logística que dificultam o transporte destes materiais. Diante de uma opção de escolha, não é difícil imaginar quem serão os países que primeiramente terão acesso as vacinas. Os EUA já se anteciparam e compraram 100 milhões de doses em 2020 dos laboratórios Pfizer e BioNTech. Não apenas em relação as vacinas, mas também sobre os testes e tratamentos mais adequados, os países imperialistas são aqueles que tem mais acesso e por consequência, possibilidade de cura dos pacientes.
A crise capitalista contribui também para a dificuldade no transporte das vacinas. A infraestrutura relacionada ao serviço de logística também é afetada pela crise, além dos interesses conflitantes entre os setores que tentam lucrar com a pandemia. Segundo Julian Sutch, chefe da divisão farmacêutica da Emirates SkyCargo, um cargueiro Boeing 777 pode transportar um milhão de doses individuais de uma vacina. Neste caso, para proteger a população mundial seriam necessários aproximadamente 8.000 aviões de carga. Diante das dificuldades de transporte e armazenamento, uma vacina para ser utilizada em países economicamente mais atrasados mostra-se inviável.
Diante deste cenário, é preciso mobilizar os trabalhadores para exigir a imediata derrubada do governo Bolsonaro e dos governadores fascistas. A política levada a cabo por estes representantes da burguesia não é apenas confusa, mas é genocida. Acreditar que uma vacina será desenvolvida a tempo para ser distribuída no Brasil, ou em qualquer país da América Latina, não é um pensamento razoável.