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Não à MP 936/2020

Covid-19: donos de frigoríficos intensificam ataque a trabalhadores

Que os trabalhadores não sejam penalizados diante da crise, quando na verdade os patrões são os únicos responsáveis, portanto, que os patrões paguem pela crise

Com o trabalho extenuante, a falta de equipamentos de proteção e segurança faz com que os trabalhadores em frigoríficos fiquem inválidos, agora com o coronavírus só vai piorar.

Os patrões de frigoríficos, campeões em acidentes e doenças do trabalho, estão deixando a situação cada vez mais difícil para os trabalhadores, principalmente com a pandemia do coronavírus. Segundo levantamentos da Fundação Jorge Duprat Figueiredo (Fundacentro) os frigoríficos estão entre os primeiros quando se refere às doenças e acidentes do trabalho. Com o total desleixo com que vem tratando os operários, além de ficarem inválidos, as mortes que já ocorriam tenderão a se multiplicar.

Com um contingente de mais de 600 mil trabalhadores no Brasil, este é um setor de produção onde os funcionários são tratados como se fossem escravos.

Máquinas de destruição de operários

Os trabalhadores são submetidos a temperaturas negativas superiores a 50 graus centígrados negativos sem equipamentos adequados para suportar tamanha situação, sem inclusive ter direito ao que é estipulado na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o intervalo térmico, mais conhecido como horário de esquenta.

Não bastasse tamanha aberração, esses operários, como os desossadores, por exemplo, são obrigados a dar produção, muito acima da sua capacidade física. Por exemplo: ao efetuar a desossa de um dianteiro, ou de um traseiro de um boi em apenas um ou um e meio minuto, a desossa de frango é, ainda pior, em sua maioria, uma função destinada às mulheres, elas são obrigadas a desossar sete ou mais coxas de frango em período idêntico ao do boi, ou seja, um ou um e meio minuto, fazendo com que a grande maioria desses trabalhadores fiquem inválidos. Imprestáveis em, no máximo dois a três anos, raramente chegam aos cinco anos.

Para completar, muitos desses trabalhadores, por trabalharem com equipamentos pontiagudos, como faca, por exemplo, sofrem constantemente dilacerações, ou contusões, amassamento de membros por conta do excesso de peso que manipulam.

Os frigoríficos são verdadeiras máquinas de destruição dos operários.

Com o coronavírus, os trabalhadores sofrem ainda mais, no entanto, ao reivindicarem condições para trabalhar, incluindo equipamentos de proteção ao covid-19, (máscaras, luvas, álcool gel), distanciamento entre cada trabalhador para evitar o contágio, neste caso, também a redução do quadro de funcionários, devido a estarem exercendo suas funções, um quase colado ao outro e, por terem que pegar ônibus superlotados. Em duas cidades de Santa Catarina, por exemplo, os trabalhadores resolveram paralisar a produção, pois estão vulneráveis e, quando chegam em suas casas correm o risco de contaminar seus familiares.

Setor essencial para quem?

Neste caso, após a paralisação, os patrões do grupo JBS/Friboi, onde houve a paralisação resolveram entrar na justiça, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para impedir que o movimento continuasse. O judiciário um dos braços do governo golpista do fascista Bolsonaro impediu, rapidamente, a continuidade da greve. Para argumentar a decisão foi instituído pelos juízes que a industrialização de carne é serviço essencial, ou seja, para impedir qualquer movimentação dos trabalhadores, tudo e essencial, só não é essencial para suas vidas (dos operários).

É um engano pensar que os frigoríficos, fazendo parte do setor alimentício, irá beneficiar o grosso da população explorada, bem como, os trabalhadores. No entanto, com os constantes ataques à classe trabalhadora, o aumento do desemprego, bem como a redução dos salários e, para completar, os preços elevados dos produtos dos frigoríficos, os deixam muito longe das mesas dessa população. Então não dá para dizer que seja essencial, pelo menos para os operários e, os moradores da periferia que não tem nem o que comer, mas tão somente para uma ínfima minoria, como a classe média e a burguesia, que estão em casa de quarentena e que poderão adquirir tal produto.

A carne e seus produtos até podem ser essenciais, porem os que a manipulam e produzem nos frigoríficos, está muito longe de ser verdadeira essa afirmação.

Suspensão do contrato e redução nos salários

Os frigoríficos, por outro, a pretexto do coronavírus, também estão na expectativa de abocanhar parte dos salários de seus funcionários e, até tentaram discutir a situação da medida provisória 936/2020 com o Sindicato dos Frios, conforme a MP, que suspende o contrato de trabalho e reduz os salários em até 75%, podendo inclusive, posteriormente, os operários serem demitidos. Uma MP do fascista Bolsonaro e sua equipe de golpistas, aprovada, a toque de caixa pelo congresso também golpista, imposta aos trabalhadores. Os patrões, simplesmente disseram que iriam mandar pelo endereço eletrônico do sindicato o nome dos funcionários. Tiveram a cara de pau de dizerem que os outros sindicatos estão aceitando.

Paralisar os frigoríficos para preservar a vida

O sindicato dos Frios tem como princípio de não retroceder em relação às conquistas dos trabalhadores, como por exemplo, nos salários, nem deve ser posto em questão, não se mexe e pronto. Esses patrões parasitas da força de trabalho são os que devem pagar pela crise e não seus funcionários, portanto, nenhum rebaixamento dos salários e, nenhuma demissão, os patrões devem sim, organizar para que, em seus frigoríficos tenham condições para que os trabalhadores possam trabalhar sem nenhum risco do contágio, com equipamentos de proteção e segurança, além de reduzir o quadro de funcionários, etc..

O Sindicato dos frios não é os outros sindicatos que decidiram entregar os trabalhadores, onerando seus salários que são ínfimos, diante do lucro dos patrões. Preferiram acatar o governo do fascista Bolsonaro. Bem como, dos patões, se comoveram com as lagrimas de crocodilo derramadas por esses parasitas da força de trabalho de seus funcionários.

Defende ainda, que os trabalhadores não sejam penalizados diante da crise, pelo que não devem, quando na verdade os patrões são os únicos responsáveis, portanto, que os patrões paguem por ela.

O Sindicato dos Frios alerta ainda que, caso os patrões dos frigoríficos, no estado de São Paulo insistam com a política de confisco dos salários dos trabalhadores haverá greve.

Defender a vida dos trabalhadores e suas famílias significa defender a greve contra o rebaixamento dos salários, contra as demissões, a pela redução na jornada de trabalho.

Defende ainda, a organização, em cada fábrica do setor frigorífico, de comissão para discutir os problemas oriundos de cada seção das empresas, entre outras questões, etc..

E a formação de conselhos populares em cada região da periferia, para discutir o momento em que estamos vivendo, diante do coronavírus, uma vez que é lá os trabalhadores, seus familiares, bem como, o conjunto da população explorada.

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