Números divulgados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em relação às denúncias de violações de direitos no ano de 2020, que constata que a maioria dos casos da reclamações dizem respeito à covid-19 não deixam dúvidas de que os patrões e seus governos são os maiores responsáveis pelo alto número de morte e contaminações nos trabalhadores do país.
Dos quase 94 mil casos de denúncias em 2020 – lembrando que são dados oficiais, ou seja, são extremamente tímidos em comparação ao que verdadeiramente acontece nos locais de trabalho, sendo que já temos mais 7,7 milhões de contaminações e 200 mil mortos – um pouco mais de 36 mil são referentes à covil-19 (38%). As reclamações são referentes ao desrespeito às medidas de protocolo e fornecimento de equipamento de proteção. Além disso foram abertos mais de 22 mil inquéritos civis para apurar irregularidades trabalhistas sendo 9.810 eram sobre covid o que corresponde 44% do total. Os dados também revelam o número recorde de recomendações enviadas às empresas chegando à 21.098 no ano passado sendo que em 2019 foram 2.861, dessas mais de 21 mil recomendações 63% delas idem respeito ao covid-19.
Esses números é mais uma prova de que a prioridades dos patrões e seus governos não é salvar a vida dos trabalhadores e sim dos capitalistas que se afundam cada dia mais devida à grande crise capitalistas que se aprofunda devido à pandemia do coronavírus. A política dos governos tem sido de utilizar os recursos do Estado, não para salvar vidas e na prevenção e sim para salvar os capitalistas enquanto acentua o ataque às já precárias condições de vida da população.
Nos locais de trabalho falta de tudo em relação à proteção dos trabalhadores, não há mascaras, álcool gel, luvas; testagem nem pensar. Não é por um acaso que o governo deixou apodrecer milhões de testes nos estoques do Ministério da Saúde.
Os trabalhadores são obrigados a se deslocaram para o trabalho através dos transportes públicos lotados. A maiorias das categorias de trabalhadores, na pandemia, continuaram e estão trabalhando normalmente sem que haja um plano adequado para, minimamente, o trabalhador se proteja.
Enquanto que os patrões estão preocupados, única e exclusivamente, com os lucros os trabalhadores estão sendo contaminados aos milhões e em consequência vindo a óbito.
A principal organização dos trabalhadores, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) vem sistematicamente enviando ofícios para as instituições patronais para que tomem medidas para enfrentar a propagação do vírus nos locais de trabalho sem que haja uma resposta efetiva dos patrões, o que revela a completo grau de parasitismo dos patrões.
Os trabalhadores que sofrem com o total descaso dos patrões, em resposta à paralisia precisam interromper imediatamente as suas atividades naqueles locais em que não tenha as devidas condições de proteção.
Organizar comitês de empresas nos locais de trabalho para que os próprios trabalhadores decidam o que fazer em relação à sua exposição à pandemia do coronavírus. Organizar uma pauta de reivindicações para atender as necessidades urgentes dos trabalhadores.