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Exploração e genocídio

COVID-19: a culpa é dos patrões e os punidos são os trabalhadores

A se acreditar na imprensa e televisão tradicional a culpa pela disseminação do coronavírus é só da população. São apenas mais mentiras contadas pela burguesia.

Desde o início da pandemia do coronavírus, os governos federal e estaduais, através dos meios de comunicação, têm jogado a culpa da explosão de casos da doença unicamente ao comportamento da população, que seria incapaz de seguir os protocolos de prevenção. Esta política não é nova e está sendo aplicada em outros países capitalistas, como forma de mascarar uma completa falta de política de combate à doença, que no final das contas é de inteira responsabilidade da burguesia, cujo único interesse é continuar lucrando, mesmo com a morte de centenas de milhares de pessoas.

Nessa sexta-feira, dia 15 de janeiro, o país contabilizou (pelos números oficiais), um total de 8.394.253 casos da doença e mais 208 mil mortes, sendo que, nos últimos tempos, há uma média de mais de mil mortos por dia.

E esses números são sabidamente manipulados para baixo, uma tentativa de minimizar a tragédia e isentar de culpa os governos federal e estaduais, que foram incapazes de verdadeiramente aplicar medidas de contenção. Uma das manobras mais visíveis desses números é não registrar os casos de mortes pela Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) como casos do coronavírus. Isso apenas evidencia outra falha grave dos governos, o desinteresse em comprar testes em número suficiente para toda a população.

O problema do SRAG foi denunciado por várias entidades de medicina. Foi constatado que em 2019, antes do advento da pandemia, foram 349 mortes, em todo o país, pela SRAG, isso contabilizado pelas certidões de óbito emitidas. Em 2020, apenas até o mês de junho, já eram 7.000 mortes, ou seja, um aumento de mais de 20 vezes o ano anterior.

Manaus

Nos últimos dias um dos focos mais graves do Covid-19 se tornou o estado do Amazonas, com um aumento expressivo no número de casos, especialmente na cidade de Manaus, chegando a um total de 223 mil casos em todo o estado, um recorde. A situação se tornou ainda mais dramática pela falta de tanques de oxigênio, o que causou a morte dos pacientes de toda uma ala do Hospital Universitário de Manaus. Apenas após a denúncia do descaso e com a entrada de ações na justiça é que o governo federal se movimentou para amenizar a situação, mobilizando seis aviões da FAB para trazer um volume de 30 mil metros cúbicos de oxigênio para atender a demanda. Este é apenas mais um exemplo flagrante do total desinteresse dos governos em atender a população e dar assistência aos doentes.

É a mesma falta de interesse em tomar reais medidas para conter a doença como a aplicação de testes para toda a população, a separação de doentes dos não doentes, aumento dos leitos de UTIs, contratação de mais médicos e outros profissionais da saúde, formação de equipes de agentes sanitários para visitação de porta em porta e muitas outras medidas que poderiam ser tomadas e seriam efetivas no combate à doença, como se constatou em países como Cuba, China e muitos outros.

Esta política de não se fazer nada contra o coronavírus não é exclusiva do governo golpista de Jair Bolsonaro. Foi seguida por todos os governadores, incluindo aqueles considerados “científicos” como o governo de João Doria (SP). Ao se posicionar contra a negação da doença de Bolsonaro, Doria conquistou o apoio de setores da esquerda, que o considera um seguidor da “ciência”. No entanto, os números do estado de São Paulo são os maiores de todo o país.

“A culpa é do povo”

A imprensa tradicional é a propagandista da política de jogar a culpa no povo e nos trabalhadores. São horas e horas de “denúncias” de pessoas que teriam se reunido, se divertindo, tentando ter um respiro dentro de um ano inteiro de crise.

Na época do natal se multiplicaram os exemplos de pessoas viajando para o litoral para as festas de fim de ano, com muitas pessoas aproveitando as praias, muitas delas lotadas. É a manipulação que condena a pessoa que vai a um bar se divertir, mas que se cala quando este é obrigado a ir trabalhar.

Estes eventos causaram indignação a muitos, que, mais uma vez culparam o povo de ser o responsável pela disseminação do covid-19. Por conta disso, alguns acabam defendendo a adoção de medidas mais repressivas contra a população, que é o verdadeiro desejo da burguesia, manter os trabalhadores cada vez mais sob seu controle.

O problema é que enquanto a imprensa tradicional condena o comportamento das pessoas que foram às praias, ela silencia completamente quando se trata da necessidade que as pessoas têm de trabalhar todos os dias, nas fábricas, nas lojas, no comércio, nos escritórios, tendo para isso que se locomover por meio de trens, ônibus ou metrôs abarrotados de pessoas. Quase todas as atividades sociais foram retomadas, mesmo com a situação da pandemia do coronavírus piorando a cada dia.

A próxima investida dos governos estaduais é retomar as aulas em todas as escolas. Este segmento da sociedade é extremamente importante para os capitalistas, já que movimenta um enorme setor da economia. Não apenas os funcionários das escolas, professores, diretores, funcionários e alunos, mas também os serviços que são usados para isso como transporte, comércio, alimentação e outros. É por causa disso que a burguesia insiste tanto nesse tema.

João Doria já anunciou que pretende retomar as aulas presenciais no início do ano letivo de 2021, independente de se a pandemia estiver em alta ou não, o que está completamente de acordo com a vontade da burguesia, que necessita que todos os trabalhadores estejam nas ruas e que o sistema volte a seu pleno funcionamento.

Quanto aos trabalhadores, estes têm a cada dia mais direitos sendo roubados, salários cada vez menores e sem aposentadoria. Em dezembro do ano passado o Ministério da Economia decretou que o covid-19 pode ser considerado doença do trabalho, mas apenas se o trabalhador conseguir comprovar que se infectou no seu ambiente de trabalho, algo impossível de ser provado, deixando desamparados milhões de trabalhadores que dependem do INSS.

Portanto, isso tudo é uma propaganda governamental, que usa mentiras e informações falsas, que manipula a opinião pública com o objetivo de aplicar mais ataques ao povo. A culpa é dos governos e finalmente da burguesia, essa que tem interesse apenas nos lucros. 200 mil mortos, 300 mil, 500 mil, para esses genocidas são apenas números.

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