Enterros em colapso

Covas terceiriza sistema funerário de SP e serviço entra no caos

A terceirização em meio à piora da pandemia revelou o mito do setor privado eficiente, expresso em atrasos de até oito horas nas remoções, dois ou três carros para buscar um mesmo corpo, entre outros

Nesta fase mais agressiva da pandemia, a cidade de São Paulo teve um salto significativo de mortes e contaminação,  ainda assim o prefeito Bruno Covas (PSDB) terceirizou os sepultamentos na capital. 

Em dezembro o número de infectados era de 482.522 casos e o de mortos de 15.587. Na última quinta-feira (11), os já eram 19.353 mortos e 661.646 de infectados. Em um só dia foram registradas 440 mortes.

Os sepultamentos tem apresentado de 6 a 8 horas de atraso na remoção dos corpos, aparecem 2 ou 3 carros para buscar o mesmo corpo. Com os atrasos, os sepultamentos têm sido feitos até as 19 horas, sem que haja iluminação nos cemitérios para os sepultamentos noturnos.

E os funcionários não recebem horas extras, pois a jornada dos efetivos termina às 18 horas e a dos terceirizados, às 16. 

Nas palavras do Joãozinho, secretário do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias (Sindesp) “é um escárnio o que a prefeitura está fazendo com os trabalhadores e as famílias que tem que esperar até 8 horas pela remoção do corpo do ente querido”.

E ele ainda critica o descaso com o serviço público funerário, a saúde, a assistência social e a educação. Informa que a lotação de UTIs públicas e privadas na cidade atingiu 84%, um novo recorde. Conforme matéria do jornal  da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Os dados relatados, como os atrasos nas remoções, dois ou três carros indo buscar um mesmo corpo, geralmente a imprensa golpista anuncia como sendo a ineficiência do serviço público. No entanto, agora fica claro que se trata da iniciativa privada, tida como mais eficiente, científica, etc. Puro engano, a ineficiência do setor privado põe por terra toda propaganda enganosa contra os servidores públicos. O SUS (Sistema Único de Saúde) tem se mostrado o único capaz de enfrentar a pandemia, o serviço privado nada tem feito para esse combate.

Essa é a política reacionária de prefeitos, governadores e presidente, que busca entregar tudo à iniciativa privada, tirando os recursos para o atendimento à população para justificar a privatização. 

Não respeitam nem mesmo a dor e o sofrimento da população, e em meio ao crescimento da pandemia transferem serviços essenciais às empresas que buscam lucrar e cobrar mais caro um serviço que deveria ser gratuito a toda a população.

A situação é tão grave que os jornais da própria imprensa burguesa anunciam que está prestes a faltar caixões para os enterros, ou seja, o sistema está entrando em colapso em todo o país.

Enquanto o prefeito Covas faz coletivas de imprensa dizendo uma porção de ações que está tomando. Como resultado prático a área de saúde, funerária e tudo mais entra no maior colapso da história da cidade e do País.

Diante disto, é preciso criar um amplo movimento, com a população se organizando em conselhos populares, e lutando pelo fim das terceirizações, privatizações, para que todos tenham serviços de qualidade e gratuitos para todos, sem distinção. Também pelo emprego e condições de moradia dignas de um ser humano.

Como ficou provado, terceirizar ou privatizar significa apenas transferir o patrimônio do povo para a iniciativa privada, favorecendo os lucros dos empresários e deixando o povo na mais completa miséria.

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