A prefeitura do Rio de Janeiro suspendeu a gratuidade nos transportes públicos para estudantes. Segundo uma resolução da Secretaria de Transportes, publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (18), a suspensão do passe livre para estudantes secundaristas e universitários foi determinada por um período mínimo de 15 dias, no qual as aulas também foram paralisadas. Não é diferente em São Paulo. A prefeitura informou por meio da SPTrans e da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT), que a partir do dia 23 de março (segunda) as cotas de gratuidade e meia tarifa para estudantes será suspensa por tempo indeterminado.
Na nota emitida pelo SPtrans a justificativa é que “A transmissão já ocorre regionalmente no Brasil, e é necessário adotar medidas para conter a disseminação da doença.”. Bem como no Rio, os motivos são para diminuir a contaminação do vírus, passando a ideia de que se está realmente tentando resolver a questão.
Crivella no Rio e Bruno Covas em São Paulo são representantes da direita, e assim é claro e previsível seu oportunismo diante da crise agravada pelo Covid-19, para cassar o direito de mobilidade e transporte dos estudantes. As medidas são autoritárias e impróprias para resolver a situação, na realidade o governo busca prejudicar principalmente os estudantes mais pobres que precisam do passe para se locomover, seja para trabalhar, para ir aos hospitais, para comprar mantimentos.
Tudo isso demonstra que o governo e as instituições tendem a abandonar os trabalhadores e o os estudantes na crise de saúde e na crise econômica para morrer. A esquerda não pode continuar a renunciar qualquer ação política sobre o pretexto de evitar aglomerações e confiar cegamente no governo federal e suas medidas descaradamente demagógicas e inócuas. A única alternativa para a classe operária e pobre é a organização coletiva para concretizar todas as estratégias possíveis de luta real contra o problema e realizar um programa concreto para evitar o genocídio que se aproxima.
É importante enfatizar o papel fundamental da juventude e dos estudantes nessa mobilização. Não só por não serem o principal grupo de risco, como por terem um papel histórico fundamental na mobilização popular consciente. Cassando o direito de mobilização estudantil, além de ajudar na precarização da vida dos estudantes pobres, o governo burguês se esforça para tentar sufocar qualquer possibilidade de manifestação popular organizada.