A verba retirada da educação pelo governo fascista de Bolsonaro já soma mais de 6 bilhões de reais. Em maio houve o polêmico corte de 30% na verba — cerca de R$ 5,8 bilhões –, que gerou grandes mobilizações pelo país inteiro, e em julho, por meio de um decreto, houve um corte de mais de R$ 348,47 milhões.
Os cortes, aplicados sobre despesas denominadas “não obrigatórias” como água, luz, obras e funcionários terceirizados, estão afetando o funcionamento das universidades fazendo com que muitas delas suspendam suas atividades no segundo semestre de 2019.
Numa pesquisa do G1 que envolveu 36 universidades, 10 afirmaram que a falta de dinheiro vai afetar o andamento das aulas e 7 afirmaram que “o dia-a-dia dos estudantes está ameaçado”.
As federais com risco de parar em agosto são a UFCSPA e a UFPR; as com risco de parar em setembro são a UFAC, UFPE, UFRRJ, Unipampa e UFPel; e as que tem risco de parar em outubro são a UFG (Jataí) e a UFRJ.
Das 36 universidades consultadas, 21 relataram que irão ter suas pesquisas afetadas pelo corte, essas são: UFAC; UFSB; UFG (Jataí e Catalão); Unifal ; UFJF; UFTM; Unifei; UFV; UFSJ; Unifesspa; Univasf; UTFPR; Unila; UFRN; UFRGS; UFCSPA; UFPel; UFABC; UFT e Unifesp.
De acordo com a maioria, as pesquisas serão afetadas principalmente pela falta de recursos nos laboratórios, além de luz, fundamental para o funcionamento de máquinas.
21 universidades declararam que as atividades de extensão como cursos de preparação para vestibulares e Enem, assistência à saúde da comunidade, as bolsas de extensão, capacitação para profissionais da educação básica e a orientação de vítimas de violência, também serão afetadas pelo corte. As 21 federais são: UFABC; UFAC; UFCSPA; UFG (Catalão e Jataí); Ufop; UFPel; UFPR; UFRGS; UFRJ; UFRN; UFSB; UFSC; UFTM; UFV; Unifal; Unifesp; Unifesspa; Unipampa e Univasf.
No caso da UFSC, todas as atividades de extensão serão suspensas.
Dentro de todo esse caos, existem universidades que afirmam que irão terminar 2019 no vermelho, ou, em certos casos, irão sofrer com o aumento de uma dívida já existente. A UFF, por exemplo, estima fechar o ano com cerca de R$55 milhões em dívidas, a UFV com R$16 milhões e, o caso mais grave, a UFRJ, com cerca de R$307 milhões em dívidas.
O corte está afetando a educação como um todo e faz parte da continuação do golpe, que logo no começo aprovou a PEC do Teto, que acentuou a militarização das escolas públicas, tentou aprovar o projeto do Escola Sem Partido (Escola com Fascimo) e atualmente trabalha para implantar o projeto “Future-se”. Para derrotar o golpe é necessário intensificar as mobilizações com o povo na rua e derrubar o governo fascista.