Desde o dia 10 os trabalhadores dos Correios estiveram em greve contra a privatização da empresa, que já foi anunciada pelo governo golpista da extrema-direita. Uma greve da maior importância, pois se os trabalhadores forem derrotados nessa luta, que por certo terá outros “rounds“, a empresa deixará de existir da forma que existe hoje. Como parte das atividades de greve, na segunda-feira (16), os trabalhadores realizaram um ato em Brasília em frente ao Ministério da Economia, comandado pelo chicago boy Paulo Guedes, ferrenho defensor da venda generalizada de estatais e suspensões de todas as garantias legais dos trabalhadores.
Organizado pelo Sintect-DF, o ato teve um “sepultamento” simbólico de Paulo Guedes, representando o programa dos trabalhadores em greve, que visa enterrar a política do governo federal para a empresa, que consiste na privatização dos Correios. Representando o que seria a derrota do governo, diante da mobilização dos trabalhadores em greve. De fato, os trabalhadores dos Correios podem derrotar o governo, trata-se de uma categoria numerosa, que pode realizar amplas mobilizações contra Bolsonaro e atrair outras categorias de trabalhadores, em um momento em que há disposição de luta para combater Bolsonaro.
Sepultar Bolsonaro
O problema nessa manifestação é que ela ocorre no momento em que o “Fora Bolsonaro!” é a palavra de ordem mais popular em todas as manifestações populares e operárias por todo o país, de forma espontânea. “Sepultar” simbolicamente Paulo Guedes nesse quadro significa não sepultar Bolsonaro. É como se o objetivo não fosse derrotar o governo, mas reformar a equipe ministerial de Bolsonaro. Como se o movimento dos trabalhadores dos Correios desejasse ser conselheiro do governo, para propor a troca de um ministro entreguista e reacionário, por outro equivalente. É uma posição sem sentido. Os trabalhadores podem e devem derrotar o governo, derrotar Bolsonaro, com Paulo Guedes sendo derrotado por tabela, como figura secundária do governo.
Um exemplo do que pode acontecer com a mera substituição de um ministro foi dado no caso da troca do ministro da Educação. Saiu Ricardo Vélez, e entrou Abraham Weintraub, piorando a situação dos estudantes, das universidades e das escolas. A política de privatizações não vai acabar com a saída de Paulo Guedes. É preciso derrotar o governo como um todo. E o governo tem um presidente, que se chama Jair Bolsonaro. É ele que precisa sair de seu cargo, enxotado pela mobilização dos trabalhadores.
Os trabalhadores dos Correios, precisam superar a política de suas direções, que se recusam a lutar pelo “fora Bolsonaro”, e levantar essa palavra de ordem para impedir a destruição de seus postos de trabalho: Fora Bolsonaro! Abaixo a privatização dos Correios!