A principal organização dos trabalhadores bancários, Contraf-Cut (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro), conjuntamente com diversos Sindicatos Estaduais, enviaram ofícios para as instituições financeiras requerendo a imediata suspensão da atividades bancárias, além da adoção de um plano de medidas para enfrentar a propagação do vírus.
As agências bancárias estão na linha de frente para o alastramento do contágio do Coronavírus, tanto para os bancários quanto para os clientes, por se tratar de ambientes fechados, não arejados, de grande aglomeração de pessoas. Tal medida deve ser tratada com a devida urgência já que se trata de um ambiente extremamente propício para a propagação do doença.
Mas, ao contrário disso, o que vemos, por parte dos banqueiros, é um total descaso à situação que requer urgência.
O ofício, enviado pela Contra-Cut, data do dia 12 de março, última quinta-feira e, até esse dia 16, não houve qualquer tipo de resposta, sendo que deveria ser de imediata interrupção do trabalho nas agências e dependências bancárias. Ao contrário disso, o que vemos, são os banqueiros preocupados com a situação da grave crise financeira que assola o planeta, e logicamente está atingindo diretamente os bancos, ao prorrogar o pagamento de dívidas das empresas por 60 dias e, cinicamente, anunciam, através da sua federação (Febraran), que “seus bancos associados, sensíveis ao momento de preocupação dos brasileiros com a doença provocada pelo novo Coronavírus, vêm discutindo propostas para amenizar os efeitos negativos dessa pandemia no emprego e na renda” (Isto é Dinheiro 16/03/2020)
A tendência, no Brasil, é que o vírus se alastre em uma velocidade vertiginosa, muito pior em relação aos casos da Europa, principalmente em relação à Itália, um dos países mais ricos do mundo, com um grau de fatalidade, que de um dia para outro, viu crescer para 25% o grau de fatalidade. Já são 1.809 mortes com mais de 24 mil contaminados. Se a taxa de mortalidade na Itália já é de 25% e o total previsto de pessoas afetadas pelo o vírus é de 60%, no Brasil esses números chegarão facilmente à casa dos milhões de pessoas mortas ou com sérias sequelas, já que se trata de um país atrasado com um sistema totalmente falido sem a mínima capacidade de atender o que está para acontecer no país.
A falta de resposta dos banqueiros ao ofício da organizações dos trabalhadores em relação ao fechamento imediato das agências bancárias, revela, mais uma vez, o grau de parasitismo dos bancos que só tem um interesse: o lucro a qualquer custo, nem que seja em cima da tragédia de toda a população.
É necessário organizar, imediatamente, um congresso de toda a categoria bancária para discutir e elaborar um programa de lutas para barrar a ofensiva reacionária dos banqueiros contra a categoria, inclusive colocando em risco a vida dos bancários.