Os últimos dias tem sido palco para diversos protestos por parte de trabalhadores de grandes empresas de Call Centers em diversos locais do país. A reivindicação, seria para a melhoria nas péssimas condições de higiene a qual os colaboradores são obrigados a trabalhar, em plena pandemia mundial do coronavírus. As reclamações vão desde de falta de álcool em gel, até revezamento de turnos, uma vez que o ambiente é extremamente insalubre, dado o espaço para a quantidade de operadores em seus postos de trabalho.
Desde o último dia 24 de março, uma onda de demissões têm sido realizadas na empresa Paschoalotto das cidades de Bauro e Marilia(SP), uma das empresas que contou com o protesto por parte de seus funcionários. A empresa que tem como proposta de visão “Ser referência no setor de telesserviços e soluções em relacionamento pela geração de valor aos clientes e retorno aos acionistas”, justificou as demissões como “corte de gastos”, uma vez que não possui condições financeiras para sustentar mais de 10.000 funcionários, no período de quarentena decretada pelo governador João Dória, que por sua vez, não teve a capacidade de entender a possibilidade do atual cenário, adotando a medida de quarentena, sem medida de salvaguarda para os trabalhadores do estado de SP.
Até o momento, mais de 120 funcionários foram desligados da empresa e grande parte estavam justamente nos protestos pelas medidas de proteção, que não foram adotadas pela empresa.
A Paschoalotto informa que as demissões não são decorrentes das manifestações dos funcionários e que ainda está em discussão a forma como serão realizados mais desligamentos, uma vez que eles ainda estão ocorrendo e que não foi pensado de que forma serão repostas as vagas, após a situação voltar à normalidade.
O fato é que em plena crise financeira, juntamente com uma pandemia que agrava mais ainda o atual cenário, a classe trabalhadora está sendo severamente onerada por um desgoverno que não adota medidas a seu favor, mas apenas para o grande empresariado, que por sua vez ataca sem piedade os trabalhadores, onde torna-se inviável reivindicações por condições salubres de executar sua rotina de trabalho, deixando duas alternativas: Ou morre doente, se sujeitando às condições de trabalho impostas, ou de fome, após o desligamento por cobrança de melhorias.
É de extrema importância que seja travada uma luta, onde as medidas adotadas seja em favor da classe trabalhadora, suspendendo todas as demissões, até o término da pandemia.