Itália, Espanha e França são os países mais atingidos da Europa com infecções e mortes por coronavírus. Apenas de mortes registradas até o momento, já são 9.134 na Itália , 4.858 na Espanha e 1.331 na França. Essa debilidade expressa, no entanto, uma crise muito maior que a do coronavírus: a crise do imperialismo mundial.
Itália e Espanha, por exemplo, são países que passaram por ditaduras fascistas e junto com a França, estão entre os mais antidemocráticos do continente. Mesmo após terem se livrado destes regimes, continuaram tendo um mecanismo de Estado fortemente conservador e de extrema-direita. A Espanha, por exemplo, ainda possui monarquia.
Vale lembrar que ambos os países também tiveram movimentos fascistas. A Itália foi onde surgiu o regime fascista, já a Espanha desenvolveu o fascismo num nível genocida comparável ao próprio nazismo. Na França, apesar do fascismo não ter chegado ao poder, viu se desenvolver um movimento fascista significativo, que quase dividiu o país durante o nazismo.
Bem antes disso, Espanha e Itália foram países imperialistas de destaque no período do mercantilismo, responsáveis pelo desenvolvimento do embrião do que viria a ser o capitalismo.
Esta decadência também se expressa no nível de endividamento dos países em relação a União Europeia (UE). Neste momento, enquanto Itália, Espanha e França pedem socorro a UE para combater a crise, Holanda e Alemanha defendem a austeridade fiscal e as medidas domésticas, ou seja, cada um por si.
A Itália, por exemplo, é o 2º país mais endividado da Europa, sua dívida teria atingido mais de 2 trilhões de Euros. O que fez com que a UE decidisse a abertura de um procedimento de déficit excessivo contra o país, que se aprovado resultará em multas bilionárias para o país. Já Espanha e França aparecem entre os 10 países mais endividados do mundo, o que os coloca numa posição não muito diferente da Itália na UE.
Essa situação catastrófica, de dezenas de mais de uma dezena de milhares de mortos, não é apenas um dado da debilidade total dos governos e sistemas de saúde destes países, mas sim da decadência do imperialismo mundial, que não possui mais qualquer condição sequer de preservar a vida dos explorados.