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Genocídio

Coronavírus: direita brasileira opta pelo extermínio do povo

À medida em que continuou se alastrando, sem nenhum tipo de controle, a pandemia hoje é mais ameaçadora à classe trabalhadora do que antes

Como este Diário tem destacado, terminada a “festa da democracia”, a pandemia do coronavírus cobra sua parte no conjunto de ameaças que assolam a população brasileira. Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Ministério da Saúde, o número oficial de mortes atingiu, em todo o País, 698 pessoas entre os dias 1º e 2, com o número total de vítimas fatais chegando a 174.531. Neste período, o Brasil registrou também 49.863 novos casos confirmados de contágio pelo coronavírus, totalizando 6.436.650 o número de doentes reconhecidos pelo governo.

Com a pandemia se alastrando sem investimentos mínimos para a segurança sanitária do povo, a ocupação dos leitos de UTI na rede privada atingiu 84% em SP, 86% em SC e chegou a 98% no RJ.

Embora preocupante, e por razões óbvias, a ocupação dos leitos de UTI ainda não dá mais do que uma ideia pouco precisa do estado de descontrole da pandemia. É o que aponta um relatório produzido pela Fiocruz e divulgado no último dia 1º.

Colapso da saúde pública

Segundo a Fiocruz, a grande maioria das mortes por Covid-19 dentro dos hospitais ocorreram fora das UTIs, o que demonstra a incapacidade da rede de saúde, tanto pública quanto privada, para atender com propriedade os casos mais graves da doença.”Estes números mostram que o sistema de saúde da cidade do Rio voltou a apresentar sinais de colapso”, diz o estudo.

A entidade destaca também que desde abril, a cidade do Rio de Janeiro registrou quase 30 mil mortes ocorridas em domicílio, contra 10 mil no mesmo período em 2019. Entre as causas de morte que mais se destacam, 13 mil causados pela covid-19 e outros 14 mil ligados a outras doenças, como câncer e diabetes, outro forte indicativo da absoluta precariedade do atendimento hospitalar em geral.

Dando mais concretude à situação de abandono que vive a população pobre do Rio de Janeiro (o que também reflete a situação nos centros ainda mais atrasados do resto do País), um estudo paralelo, desenvolvido pela UFRJ, trata da precariedade do aparelho do Estado para lidar com a pandemia. Destacando o crescimento acelerado da chamada “2ª onda” da pandemia, o Grupo de Trabalho Multidisciplinar para o Enfrentamento da Covid-19 da UFRJ publicou nota afirmando:

“Estamos diante de um quadro muito preocupante no município do Rio”, “o aumento dos casos já está provocando grande estresse no sistema de assistência à saúde (…). A média móvel de sete dias do percentual de ocupação de leitos do Sistema Único de Saúde (UTI adulto) dedicados à covid-19 na região metropolitana I está em 93,5%. Já a média móvel de sete dias do percentual de ocupação de leitos de suporte à vida da rede SUS no município está em 102,1%. Ou seja, não há vagas para internação.”

Fica claro que o fato do coronavírus ter sumido do noticiário da imprensa capitalista se deve à manipulação da informação. À medida em que continuou se alastrando, sem nenhum tipo de controle, a pandemia hoje é mais ameaçadora à classe trabalhadora do que antes.

As informações mentirosas divulgadas, pela imprensa burguesa, foram úteis para permitir uma reabertura das atividades econômicas.

Essa reabertura não impediu o desemprego recorde dos trabalhadores e o crescimento da fome no País, que ameaça mais de 70 milhões de brasileiros. Contudo, ajudaram o número de bilionários a crescer em quantidade, chegando a 238 no meio da maior crise econômica já registrada no Brasil, e em fortuna, 33% a mais em relação a 2019, atingindo R$1,6 trilhão (para efeito de comparação, o PIB do Chile equivale a R$1,63 trilhão).

Nessa verdadeira política de extermínio da população pobre do Brasil, a burguesia lutou constantemente para impor a reabertura total, incluindo-se aí as escolas e universidades. No afã de conseguir atingir os interesses da classe que representa, o jornal golpista O Globo chegou a colocar na boca de uma criança que o retorno à escola era “o dia mais feliz” da vida do menino. A divulgação de que 5% do PIB mundial se perdia com a paralisação das atividades escolares presenciais, ajuda a compreender quem de fato estava feliz com a volta às aulas.

A reabertura das escolas acabou enfrentando muita resistência por parte da comunidade escolar. Estudantes, professores e pais pressionaram o regime a recuos, que também podem ser creditados ao calendário eleitoral. Entretanto, no último dia 2 o MEC anunciou a retomada das aulas presenciais nas universidades, recuando posteriormente, mas recebendo aval do presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro, deixando claro que cedo ou tarde, o regime vai endurecer para reabrir as instituições federais de ensino superior. A menos que seja enfrentado.

O oportunismo da esquerda

Com a política do “fique em casa” sendo substituída pela do “use máscara”, a burguesia manobrou a população para reabrir a economia e amontoar a classe trabalhadora nos postos de trabalho, sob condições de insalubridade ainda maiores, devido ao contágio descontrolado da mais letal pandemia viral em mais de um século. Obviamente, uma manobra dessa envergadura não iria funcionar sem a participação da esquerda.

Tendo aderido de maneira oportunista à política dos setores centristas da direita, a esquerda pequeno-burguesa ajudou a alimentar uma falsa oposição entre o bolsonarismo e a direita “científica”.

Tanto na fase do “fique em casa” quanto na etapa do “use máscara”, esses setores da esquerda confundiram a população, atuando no sentido de coibir manifestações de rua da classe trabalhadora enquanto essa era assolada pela carestia, a fome e a pandemia no começo do ano.

Com a aproximação do período eleitoral, uma profunda guinada se verificou na política da esquerda, que saiu às ruas para pedir votos enquanto a direita se unificava em torno da ideia (mentirosa), de que o pior da pandemia tinha passado.

No período, toda sorte de monstruosidades foram cometidas pelo regime político, desde a reabertura das atividades econômicas, passando pela ameaça de perda de testes por vencimento da validade e até a recusa deliberada em vacinar a população, com o governo afirmando que uma vacinação só seria realizada para pouco mais de metade da população, dividida por sua vez em duas parcelas semestrais de 65 milhões de pessoas.

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