A CONMEBOL, confederação responsável pela realização da Copa América no Brasil preparou um código de conduta ditatorial para aqueles que pretendem ir ao estádio do Maracanã assistir a grande final que será realizada amanhã, dia 7 de julho. Com o objetivo de não repetir os acontecimentos em outros campeonatos continentais realizados nos últimos anos, principalmente das finais da Sul-Americana de 2018 e Libertadores de 2019 a instituição resolve promover um controle extremamente rígido sobre pessoas e objetos que adentrarão o palco da grande final do torneio.
A proibição de armas, facas, rojões, e sinalizadores já não é novidade no meio do futebol, desde que um torcedor boliviano foi morto por um sinalizador em 2013 houve o banimento imediato à qualquer objeto que possa gerar fogo e fumaça de qualquer forma dentro dos estádios. A diferença agora é que as restrições são relativas inclusive a guarda-chuvas grandes e bastões de selfies, algo totalmente absurdo.
Mais do que isso, as mudanças feitas pelos organizadores agora proíbem que espectadores fiquem de pé em diversos espaços do estádio ou que levem instrumentos musicais de qualquer espécie. Até as famosas vuvuzelas da Copa do Mundo de 2010, as clássicas charangas sempre se fizeram presentes nos estádios e são responsáveis por ditar a animação dos torcedores, sejam em campeonatos de clubes ou seleções.
Além disso, o maior ataque à democracia nos estádios feito pela entidade na competição fica a cargo da proibição de bandeiras e cartazes com dimensões maiores que dois metros por um e meio, sendo que estas não podem conter qualquer tipo de mensagem de cunho político, o que serve como forma de blindar qualquer crítica que possa surgir ao governo ilegítimo de Bolsonaro que deve possivelmente estará presente no evento deste domingo.
A ditadura já está chegando dentro dos estádios de futebol, lugares antes reservados ao povo. Vale lembrar aqui o craque Sócrates, que mesmo sendo um dos mais talentosos jogadores de sua época, foi ativo politicamente dentro e fora das quatro linhas na oposição ao regime ditatorial dos militares durante a década de oitenta. O povo deve ocupar seu espaço nas ruas e nos estádios para que os ataques das instituições autoritárias não continuem.