Mais um ataque do governo Bolsonaro e dos golpistas direcionado aos povos indígenas do Brasil entre tantos que vemos diariamente. A Justiça Federal determinou o despejo dos moradores da aldeia Novos Guerreiros, que esta dentro da Terra Indígena Coroa Vermelha, da etnia Pataxó, em Porto Seguro, na Bahia. Na terra, vivem diversas famílias contando com mais de 2.500 indígenas. Foi dado um prazo de cinco dias para saída dos Pataxós da região.
O juiz Pablo Enrique Carneiro Baldivieso tomou a decisão no último dia 20 após reunião de conciliação entre sobre as supostas “partes envolvidas”, proprietários de um Clube de Avião sobreposto à Terra Indígena, representantes da Funai e do Ministério Público Federal. Nenhum Pataxó foi chamado para a reunião, nem mesmo sabiam da mesma, somente foram informados da decisão FUNAI. A orientação da FUNAI é aceitar o acordo, recomendou aos indígenas a saída de suas terras e depois a entrada com recurso judiacial para reversão da ação. Os Pataxós se recusaram a aceitar o acordo.
A ação da FUNAI, de negociar com empresários e outros representantes do governo Bolsonarista o despejo de 2.500 indígenas no momento de uma pandemia que assola o país deixa claro seu papel em relação aos povos originários na atualidade. Uma breve olhada no perfil do atual presidente da fundação esclarece muita coisa, Marcelo Augusto Xavier da Silva, é delegado da polícia federal, atuou nos governos Temer e Bolsonaro ativamente para impedir as demarcações de terras indígenas, inclusive abrindo investigações para criminalizar povos indígenas e quilombolas totalmente infundadas, isso para atender os interesses dos ruralistas, com quem tem ligações estreitas, atuou na FUNAI, onde acusou indígenas de invasão e inclusive propondo no parlamento criação de CPI para rever demarcações, além de atuar na União Democrática Ruralista.
Ou seja, o presidente da FUNAI é agente Bolsonarista encarregado de retirar as posses de terras indígenas e entregá-las ao grande latifúndio, a quem ele realmente representa. O povo Pataxó, assim como os outros povos nativos brasileiros não confiaram na recomendação por saberem disso. Alias tem o conhecimento histórico de que o Estado brasileiro não é confiável e só lhes provoca genocídio e destruição.
Os Pataxó estão se organizando para resistir ao despejo. Eles têm realizado uma campanha pela internet para denunciar as ações do governo e da justiça e não aceitarão a reintegração. A aldeia sabe da violência, principalmente agora, que além de desabrigar e agredir, pode espalhar a covid-19 entre a comunidade.