No início dessa semana, em reunião com militares brasileiros e com o chanceler bolsonarista, Ernesto Araújo, em Brasília, o almirante dos EUA, Craig Failler, anunciou que um general brasileiro irá, ainda este ano, assumir o posto de interoperabilidade no interior do Comando Sul das Forças Armadas dos EUA. Ou seja, pela primeira vez na história um militar nacional ficará diretamente subordinado à cadeia de comando das Forças Armadas norte-americanas.
O Comando Sul integra as tropas responsáveis pelo monitoramento da América Central e do Sul. Traduzindo, trata-se do batalhão de choque do imperialismo norte-americano responsável por cuidar para que a situação nos países pobres e oprimidos do cone sul não fuja do controle e nem dos interesses econômicos e políticos dos próprios norte-americanos.
Isto ficou evidente na fala do almirante dos EUA, o qual declarou que tanto o Brasil, como a Colômbia e o Chile tem um papel de destaque na região para a garantia da “segurança” junto aos norte-americanos. Traduzindo novamente, Brasil, Colombia, Chile, bem como outros países da América do Sul, como a Argentina, por exemplo, viraram os cãezinhos amestrados dos EUA na defesa dos interesses econômicos e políticos do imperialismo.
Ao mesmo tempo, o almirante Failler classificou Rússia, China, Nicarágua, Cuba, Irã e, é claro, a Venezuela, como as principais ameaças aos interesses dos EUA na América Central e do Sul, bem como no mundo. Ou seja, todos eles são países cujos governos se recusam a se curvar completamente à verdadeira ditadura imposta pelo imperialismo norte-americano contra todos os povos do mundo.
A situação mais crítica no atual momento político da região latino-americana é a situação venezuelana. A participação de um general brasileiro em um comando militar dirigido pelos EUA é uma forma dos norte-americanos garantirem, por meio da cooptação, que o alto comando militar brasileiro atue de maneira coerente com os EUA em uma cada vez mais provável tentativa de invasão militar da Venezuela. Os norte-americanos procuram, com isso, centralizar as coordenadas das Forças Armadas nacionais para a realização da verdadeira política criminosa de invasão militar contra um país e um povo pobre e oprimido, como é o caso do povo venezuelano.
É preciso denunciar mais essa submissão do alto comando militar brasileiro aos interesses estrangeiros, aos interesse do imperialismo norte-americano, o qual oprime povos oprimidos, como é o caso do Brasil, em todas as regiões do mundo. Ações como essa fazem cair por terra a demagogia patriótica dos militares de alta patente, como os generais brasileiros, os quais não passam de verdadeiros capachos das Forças Armadas norte-americanas.
No caso da Venezuela é necessário fazer uma ampla campanha junto à população, os movimentos sociais, as organizações de luta, repudiando qualquer tentativa de provocação ou intervenção das forças militares estrangeiras no território venezuelano. É preciso defender a soberania do povo da Venezuela frente ao assalto escancarado preparado pelo imperialismo. Levantar em todos os lugares a palavra de ordem de Fora Imperialismo da Venezuela!