Da redação –
Na madrugada de ontem para hoje (8), no Equador, o prédio da Controladoria-Geral do Estado foi atacado na capital, Quito. Durante a manhã, os funcionários foram evacuados do local. Do lado de fora do edifício se via vidros quebrados, depois da invasão do prédio por pessoas encapuzadas durante a noite. Depois da ação, o Ministério Público e o Conselho da Magistratura paralisaram suas atividades.
A invasão do prédio aconteceu durante um protesto indígena que passava pela região. Os movimentos indígenas negaram participação na ação.
A Controladoria-Geral do Estado é responsável por apurar o uso dos recursos públicos, e é responsável por informes sobre responsabilidades penais relativas ao uso do dinheiro público. Esses informes são documentos indispensáveis na justiça do Equador para levar adiante processos com acusação de peculato, por exemplo.
Portanto, esse órgão foi usado como instrumento do governo golpista de Lenín Moreno para perseguir seus aliados ligados ao ex-presidente Rafael Correa. Não é por acaso que agora esse edifício acabou sendo atacado durante os protestos contra a direita golpista, que aplica um programa neoliberal contra os trabalhadores equatorianos.
Protestos no Equador
O Equador está sendo palco de uma onda de protestos radicalizados desde quinta-feira (3), quando Lenín Moreno anunciou o fim dos subsídios aos combustíveis, o que levou a uma paralisação de caminhoneiros, seguida de protestos na capital, Quito, e em outras partes do Equador. O corte de subsídios foi uma exigência do FMI, e agora os equatorianos pedem a saída do FMI do país.
Em resposta aos protestos, Lenin Moreno respondeu decretando estado de emergência, o que permite o uso das forças armadas contra os manifestantes, a censura e a troca de lugar da capital. Na segunda-feira (7), Moreno transferiu a capital de Quito para Guayaquil, maior cidade do Equador e centro financeiro do país.