Desde às 7h da manhã de terça-feira (9), o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) está parcialmente paralisado na cidade de São Paulo. A paralisação dos trabalhadores terá duração de 48h e tem por objetivo fazer oposição ao desmonte da saúde, em específico, ao sucateamento do SAMU que, pelo Plano de descentralização dos serviços do SAMU (portaria 190), decretada pelo Prefeito de São Paulo, o tucano Bruno Covas, fechou, na segunda-feira da semana passada (1), 31 bases de serviço do SAMU. O referido Plano amplia de 58 para 75 pontos de atendimento, realocando o pessoal e a estrutura do SAMU para esses locais.
Os servidores do SAMU denunciam o sucateamento no sentido em que os pontos de atendimento (postos de saúde, unidades de assistência ambulatorial e psicossocial e hospitais) não são locais adequados para a manutenção e higienização adequada das ambulâncias. Estão ausentes também os locais para o descanso e higienização pessoal dos servidores. A política adotada, então, pelo Prefeito tucano negligencia totalmente as condições de trabalho do serviço essencial de prestação de socorro e de transporte de doentes e acidentados, provocando um estado insustentável de insalubridade, causando riscos de doenças aos servidores.
A paralisação foi deflagrada porque no dia 8, segunda-feira, a Prefeitura considerou as reivindicações dos representantes de classe do SAMU como apenas exigências “pontuais” e “individuais”, não atendendo as demandas básicas dos socorristas.
A política adotada pela direita golpista sempre foi a de atender aos patrões e negar direitos ao povo. Portanto, o que está ocorrendo no Município de São Paulo guarda essa mesma orientação política: a de negar condições básicas de trabalho relativas à higiene e descanso dos motoristas e enfermeiros e de outros profissionais ligados ao socorro da população. A versão do Prefeito Bruno Covas é a conhecida de todos, de que precisam cortar gastos. Ocorre que a necessidade de corte de gastos advém diretamente da já aprovada PEC de corte de gastos, um dos frutos envenenados do golpe de Estado de 2016, que impôs um teto para os gastos da União na Saúde e Educação, sendo que 50% dos recursos do SAMU advém do governo federal.
O que a direita golpista quer, então, é sucatear os hospitais públicos e o SAMU, negando o direito à saúde da população e permitindo a privatização da saúde pública. Para se ter uma ideia, com a limitação de gastos da Emenda Constitucional 95 (referente à PEC de corte de gastos), só em 2019 o SUS perdeu 9,5 bilhões de financiamento federal. É preciso lembrar que por conta disso, pela falta de vacinação e fechamento de postos de saúde, o Brasil voltou a ter surtos de sarampo e poliomielite, doenças consideradas erradicadas no Brasil.
Os trabalhadores do SAMU estão mostrando na prática com a paralisação o caminho para reivindicar direitos, pressionar e derrotar a direita golpista que não está preocupada com a saúde da população. Através da organização dos trabalhadores e por meio de greves, paralisações e mobilização popular nas ruas que se torna possível derrotar as políticas da direita golpista e conquistar os direitos dos trabalhadores e de outros direitos fundamentais ao povo, como a saúde e a educação pública de qualidade.