Nesta segunda-feira (03/05), a União Europeia anunciou que os turistas brasileiros ficarão de fora das novas regras para abertura para turistas dentro do bloco europeu. A medida impede a livre circulação de brasileiros dentro dos países membros da União Europeia porque o Brasil não possui uma situação epidemiológica “controlada”.
Essa decisão vai em oposição as medidas adotadas por esses mesmos países europeus em relação ao controle da pandemia de coronavírus. Afirmamos isso porque a política dos países imperialistas, que hoje estão apresentando uma série de restrições para que a população de dezenas de países não possa entrar no bloco europeu, vai de encontro com a política em relação a vacina e os grandes monopólios farmacêuticos.
Os grandes monopólios farmacêuticos, juntamente com os governos imperialistas, não querem a quebra da patente para lucrar ainda mais com a falta de vacinas e a produção realizada por um punhado de empresas. Essa combinação mantém os lucros exorbitantes das empresas que produzem vacinas.
O grupo farmacêutico inglês AstraZeneca anunciou que dobrou o lucro líquido no primeiro trimestre de 2021, com US$ 1,56 bilhão, contra US$ 780 milhões no mesmo período do ano anterior. As vendas com vacinas contra o coronavírus alcançaram US$ 275 milhões no período. A americana Pfizer, calcula que as vendas de sua vacina representarão 15 bilhões de dólares em 2021. Outra gigante, a Johnson & Johnson (J&J), registrou nos primeiros três meses do ano ante o mesmo período do ano anterior, a J&J viu seu lucro líquido crescer de US$ 5,8 bilhões para US$ 6,2 bilhões.
Os monopólios farmacêuticos estão lucrando bilhões e segundo o Wall Street Journal, Pfizer, J&J e AstraZeneca “escreveram para Joe Biden em março, instando-o a se opor à renúncia” da propriedade intelectual de vacinas. E essa pressão não ocorre somente nos países imperialistas.
Governos capachos do imperialismo, como o governo Bolsonaro e a direita brasileira, rezam a cartilha desses governos. No Brasil, o governo Bolsonaro transformou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em uma instituição para impedir que a população brasileira seja vacinada. A Anvisa, controlada pelas multinacionais imperialistas, está impedindo que vacinas, como a russa, seja importada para vacinação da população.
Ou seja, os países imperialistas que estão criando uma espécie de apartheid sanitário contra o Brasil, são os mesmo que impedem o acesso às vacinas.
Em primeiro lugar fazem isso porque não há produção de vacinas suficiente para uma vacinação minimamente adequada no mundo para reduzir a contaminação e as mortes no mundo. Então os países imperialistas estão evitando através dos monopólios o acesso às vacinas pelos países pobres, e reservando as vacinas para a vacinação da população dos países imperialistas.
Outro ponto é para manter os lucros exorbitantes dos monopólios imperialistas em detrimento da saúde dos trabalhadores brasileiros. Nesse sentido é preciso lutar pela quebra das patentes das vacinas para que o Brasil produza esses medicamentos e vacine a população brasileira de maneira massiva.