O governo ilegítimo e a venal imprensa burguesa, vem realizando um esforço para apontar que há uma queda do desemprego e até, de que estaríamos caminhando (ainda que lentamente) para uma retomada do crescimento. Nada poderia ser mais falso.
A pequena redução do número de desempregados nos números oficiais (nada confiáveis) aparece relacionado diretamente ao pequeno aumento do número de vagas temporárias nesse começo do final de ano, quando alguns poucos setores aumentam sua produção em função do maior consumo dos meses de novembro e, principalmente, dezembro, com o pagamento do décimo-terceiro salário etc.; e também com a substituição de uma parcela dos demitidos por contratados em novas condições de semi-escravos, com base nas possibilidades criadas, para os patrões pela famigerada reforma trabalhista.
Uma multidão de desempregados
Mesmo essa pequena oscilação não fez cair significativamente o total de mais de 28 milhões de trabalhadores sem emprego, que incluem quase 12 milhões de desempregados propriamente ditos, mais de 6 milhões de “desalentados” (como são chamados os que “desistiram” de procurar emprego) e quase 10 milhões de pessoas consideradas como “subaproveitadas”, porque trabalham apenas uma parte dos dias da semana, fazendo “bicos” ou “se virando” como podem para defender o sustento de suas famílias como, por exemplo, os milhões de ambulantes perseguidos pela repressão estatal em todo o País.
Há ainda dezenas de milhões de trabalhadores, trabalhando sem carteira assinada, sem quaisquer direitos trabalhistas, nas piores condições possíveis.
Os desempregados encontram-se totalmente desamparados, uma vez que menos de 5% destes têm cobertura do seguro-desemprego, cada dia mais difícil de conseguir.
Toda a classe trabalhadora se vê afetada por essa situação. O desemprego elevado pressiona pelo rebaixamento dos salários, com os patrões tirando proveito da situação para demitir e substituir trabalhadores por outros cm menores remunerações. Há milhões de desempregados que estão há mais de um ano sem trabalho.
Contra o desemprego, reduzir a jornada; trabalhar menos para que todos trabalhem
O desemprego é a maior, das aflições que podem atingir um trabalhador sob o capitalismo. Além impedir que ele garanta o sustento mínimo necessário para ele próprio e sua família, faz com que o trabalhador se desprenda do conjunto de sua classe, fique fora da luta diária dentro do seu local de trabalho e desfalque a organização de sua categoria para conquistar os direitos da classe trabalhadora.
No governo fascista de Bolsonaro, essa política nociva está sendo estimulada com a destruição da economia nacional, privatizações, terceirizações, extinção de cargos e congelamento de concursos públicos, implementação da reforma trabalhista etc.
É preciso lutar pela adoção de um plano de emergência de combate ao desemprego sob o controle das organizações operárias, pela estabilidade no emprego para todos os trabalhadores, escala móvel das horas de trabalho, pela imediata redução das jornadas de trabalho para 35 horas semanais, sem redução dos salários, pelo salário desemprego igual ao dos trabalhadores da ativa; por um plano nacional de obras públicas sob o controle dos trabalhadores e das suas organizações de luta.
A jornada máxima de 35 horas semanais, abriria caminho para a criação em curto prazo de 7 milhões de novos empregos, promovendo uma modificação importante na situação defensiva da classe operária.
Essa conquista não pode advir da inexistente boa vontade dos patrões e do governo golpista, a serviço do grande capital sanguessuga. Só pode ser fruto de uma intensa mobilização que precisa ser prepara com um intensa campanha de organização e mobilização dos empregados e desempregados.
Essa campanha precisa ser levada a todos os locais de trabalho e servir também para agrupar também, nos sindicatos, milhares de trabalhadores de desempregados, para garantir a unidade dos trabalhadores empregados e desempregados.
A adoção de um plano de emergência de combate ao desemprego sob o controle das organizações operárias – os capitalistas, que criaram a crise, que paguem por ela -, estabilidade no emprego para todos os trabalhadores, escala móvel das horas de trabalho (redução das jornadas para 35 horas semanais, sem redução dos salários), salário desemprego igual ao dos trabalhadores da ativa; por um plano nacional de obras públicas sob o controle dos trabalhadores e das suas organizações de luta.
Assim, haverá mais trabalhadores com emprego e menos serviço para cada trabalhador, podendo este utilizar essas horas para outras atividades, como as de lazer. E mais trabalhadores nos diversos ramos, especialmente na indústria, aumenta a organização e o poder da classe trabalhadora como um todo, levando a classe operária a elevar seu nível tanto quantitativo como qualitativo, melhorando suas condições para lutar por maiores reivindicações em um combate mais acirrado contra os patrões e seus governos capachos, como é o de Bolsonaro.
Contra o desemprego, reduzir já a jornada de trabalho para 35 horas!