Mais uma vez o acirramento da luta de classes no Brasil atinge frontalmente a juventude e mostra novas etapas neste conflito agudo.
A Câmara Municipal de Guarapuava-PR aprovou, em 2019, a diminuição de 50% dos acessos disponíveis aos estudantes cadastrados no Educard, programa de passes estudantis. Os estudantes da cidade, que possuíam quatro acessos diários pelo valor de R$ 1,00, agora contam apenas com dois acessos por dia.
É fundamental, antes de tudo, dizer que o direito à cidade e o direito de ir e vir são premissas básicas de qualquer sociedade minimamente democrática. O sucessivo e brutal ataque a estes direitos tem sido a política mais comum dos golpistas que dominam a extensa maioria dos poderes executivos e legislativos do país; basta ver o quanto cresceu a luta pelo transporte público e pelo direito à locomoção, considerando as grandes manifestações contra o aumento das passagens nas grandes capitais, ocorridas em janeiro de 2020, para daí concluir que o estrangulamento dos mais jovens e mais pobres não é uma coincidência no regime fascista.
Reagindo a este ataque, os estudantes paranaenses fecharam parcialmente o Terminal da Fonte de Guarapuava no dia 03/03/2020, exigindo a manutenção dos benefícios de transporte concedido aos estudantes, um direito elementar combatido pelos políticos burgueses. Embora esta luta parcial não tenha obtido resultados concretos até agora, é importante notar que o ocorrido demonstra uma disposição para a luta no seio da juventude, principalmente entre os estudantes das redes públicas de ensino. Não podemos ser inconsequentes ignorando este fato e, assim como faz a esquerda pequeno-burguesa amedrontada, dizer que não existem condições para levar o conflito adiante no Brasil.
É preciso organizar os jovens trabalhadores e estudantes em comitês de base nas escolas, faculdades, postos de trabalho e centros sociais da juventude, direcionando corretamente este ímpeto de luta para um objetivo real: a derrubada do regime golpista, a palavra de ordem Fora Bolsonaro!
Somente quando os objetivos dos estudantes estão totalmente ligados aos objetivos da classe trabalhadora como um todo, é possível que as reivindicações da juventude sejam alcançadas – não existe possibilidade de triunfo contra os capitalistas que monopolizam o transporte e os grandes capitalistas que transformam a educação em mercadoria lutando por pautas parciais. É preciso unificar a luta e derrubar, desde a raiz, o regime golpista e o governo Bolsonaro.
Avante a luta dos estudantes! Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Eleições Gerais Já!