O governo Bolsonaro impõe as consequências da pandemia do coronavírus e da crise econômica aos trabalhadores, é preciso organizar a população para reagir. A esquerda cada vez mais mostra agir de forma contrária, permitindo que o povo segure a crise nas costas: morra de fome, de vírus ou de qualquer outra doença. Fica claro que ela busca salvar a si mesma, pois não vê alternativa nenhuma que colabore com o seu oportunismo e medidas parlamentares. Assim, prefere defender a lógica neoliberal da responsabilização do indivíduo, “cada um por si”, como se não existisse a luta de classes. E, dessa forma, colabora com o intento principal da direita: salvar os bancos e as empresas e deixar a população sofrer com o sucateamento dos sistemas de saúde, culpabilizando o COVID-19.
A juventude do Partido Comunista Brasileiro (PCB), União da Juventude Comunista (UJC), apesar de defender várias medidas essenciais para o trabalhador, não faz jus a seu nome e acaba por adotar o mesmo programa de toda a esquerda pequeno burguesa. Além de não assumirem a mobilização popular, o que inviabiliza concretizar suas reivindicações, favorece a censura.
Dentre as reivindicações esclarecidas no Facebook oficial da UJC, uma delas é:
“Combate às fakes news disseminadas por agentes do governo e pelo terraplanismo religioso, que, com suas mentiras, promovem um desserviço criminoso às necessárias medidas preventivas, ao desqualificar a ação da ciência.”
A primeira vista, eles fazem com que pareça um argumento lógico e correto: o combate ao fascismo nas redes sociais, mas é um discurso da liberdade de imprensa burguesa contra um discurso da liberdade de expressão. A burguesia dita a liberdade de expressão, as mídias virtuais, as televisões, os rádios são de seu domínio. Um combate às expressões da extrema direita nesses meios só consegue ser efetivado com a aprovação burguesa, ou seja, a seu benefício, sendo utilizado para justificar sua histórica censura. A única maneira de lutar e de praticar de fato a liberdade de expressão é nas ruas, a rua é do povo, na conversa, no diálogo, na tribuna em praça pública. A esquerda, os movimentos sociais e as organizações revolucionárias precisam tomar as ruas e defender a mobilização popular, pelo Fora Bolsonaro e pela direito à sobrevivência. Não adianta simplesmente adotar a quarentena como medida de luta concreta, e se esforçar para rechaçar os comentários da demagógica direita (reforçando suas teorias conspiratórias) em casa na internet. A juventude precisa de clareza política, é essencial que ela participe dessa luta, além de serem um grupo com menor risco, historicamente são um dos principais setores que assumem a linha de frente nas mobilizações sociais e revolucionárias.