A combativa greve dos petroleiro completa hoje duas semanas expressando a revolta crescente dos trabalhadores contra os ataques do governo entreguista e ilegítimo de Jair Bolsonaro e as tendências de luta contra o regime golpista.
A partir da luta contra o fechamento da fábrica de fertilizantes da Petrobras (Fafen-PR), com o que a direção golpista da estatal visa colocar no olho da rua mil funcionários diretos e provocar demissões de mais de 3 mil trabalhadores na região, bem como pelo cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados, levantaram uma mobilização de no dia de ontem alcanço a marca de 113 unidades paralisadas e mais de 20 mil trabalhadores em greve, parte expressiva dos trabalhadores diretos da Petrobrás. Ficou comprovada a possibilidade de unir trabalhadores diretamente ameaçados de demissão com outros na luta contra o desemprego e contra a entrega da empresa estatal para os tubarões capitalistas, um exemplo que pode e deve ser seguido por toda a classe operária.
Outra lição importante é a politica de enfrentamento com o governo (que por meio da direção da Petrobrás fez inúmeras ameaças contra os grevistas e suas lideranças) e contra o judiciário golpista que, por meio de seguidas decisões monocráticas do TST e do STF, agiu contra a greve, determinando que 90% dos trabalhadores comparecessem ao trabalho e estabelecendo multas de ate R$ 500 mil por dia contra a Federação e os sindicatos. Uma comprovação de que não há nenhum direito de greve no País, a não ser aquele que e imposto pela força da mobilização operária e de que os direitos democráticos estabelecidos da Constituição não tem qualquer vigência no regime golpista para a imensa maioria da população.
A empresa vem sendo parcialmente derrotada também na tentativa de substituir grevistas por terceirizados e por aposentados, com demonstração de solidariedade dos trabalhadores da “velha guarda que participaram de importantes greves da categoria no passado e por meio da ação dos trabalhadores mobilizados nos piquetes e atos nos locais de trabalho. Também ganhou a solidariedade ativa de organizações sindicais e populares em atos que são cada vez maiores e se espalham pelo País.
Na Petrobrás, uma politica de liquidação da estatal (que desde a famigerada era FHC já tem a maioria das suas ações nas mãos de especuladores estrangeiros e “nacionais”) é a terceirização que faz com que mais de 70% do pessoal do Sistema Petrobrás seja constituído de trabalhadores terceirizados. Essa política, além de aumentar a exploração da categoria dos petroleiros de conjunto (com rebaixamento de salários e perda de direitos para os terceirizados), também divide a categoria em suas lutas, uma vez que os sindicatos não acabam não representando a maioria dos trabalhadores do setor, que não são funcionários da Petrobrás.
É preciso quebrar essa divisão e incorporar os terceirizados à luta e às organizações operárias. É preciso apresentar já nesse greve e em todas as campanhas da categoria uma Pauta de reivindicações pelo atendimento das reivindicações também dos terceirizados, começando pela defesa do fim das terceirizações com a incorporação de todos os funcionários terceirizados à Petrobras, com iguais salários e direitos pagos os funcionários efetivos (“salário igual para trabalho igual).
Para impor essa política é preciso lutar contra a privatização da Petrobrás, defendendo a Nacionalização do Petróleo (assim como das demais riquezas minerais), reestatização da Petrobras, 100% estatal e sob o controle dos trabalhadores.
A política de buscar o apoio popular, que os petroleiros vem buscando fazer com a venda de combustíveis mais baratos, deve ser ampliada com a pauta de redução imediata dos preços para a população, cancelamento de todos os leilões do petróleo brasileiro e defesa da fixação de cotas do lucro da exploração petrolífera para serviços essenciais para a população como Saúde, Educação, Moradia etc.
A unidade dos trabalhadores da empresa (efetivos e terceirizados), dos demais trabalhadores das estatais e de todo o povo explorado deve ser alcançada por meio da unidade na luta contra governo entreguista: Fora Bolsonaro e todos os golpistas. Abaixo a terceirização e a privatização. Estatais sob o controle dos trabalhadores.