PSDB na luta?

Contra a frente ampla, pela democracia no movimento

Esquerda que defende frente ampla ataca caluniosamente o PCO para impor para a luta contra o golpe o PSDB, MBL, PSL e outros golpistas

Os atos pelo fora Bolsonaro do último sábado demonstraram uma enorme rejeição da participação de partidos da direita golpista, em particular do PSDB. O vermelho predominou nos atos e colocaram algumas questões sobre quem está “organizando” o movimento e se essa direção está a serviço dos anseios da população e dos manifestantes ou apenas usando esse enorme movimento de rua para questões sorrateiras como negociações com setores da direita golpista.

A “direção” do movimento, colocamos entre aspas para reforçar que é uma direção fictícia, tentou de todas as maneiras inserir a direita nos atos pelo fora Bolsonaro. Foram organizadas assembleias fantasmas e convocadas em cima da hora, completamente antidemocráticas com restrição de fala e bloqueio dos chats do Zoom e do YouTube para que os participantes não se manifestassem e colocassem suas ideias e dado fala a setores da direita que apoiou o golpe em 2016 e que votou com Jair Bolsonaro nos ataques a população como o PSB e PDT.

Em total oposição à vontade dos manifestantes que estão indo às ruas pelo fora Bolsonaro, setores da chamada “operativa”, em particular o PCdoB, estão tentando inserir dentro das manifestações da esquerda o que há de pior na política nacional. São elementos que não somente apoiaram o golpe em 2016, prenderam Lula e a presidência de Jair Bolsonaro, mas articularam e trabalharam ativamente para que chegássemos na situação política de hoje. São eles Joice Hasselmann, Alexandre Frota, Kim Kataguiri e o MBL, o PSDB, PDT e PSB. Também é importante lembrar que esses elementos e partidos citados votam com as propostas de ataques do governo Bolsonaro quase que integralmente.

Frente Ampla com a direita para uma terceira via e isolar Lula

A frente ampla é um golpe em todo o movimento de luta contra Jair Bolsonaro e quem possui divergências pontuais com seu governo. É uma aliança com a direita que é inimiga da mobilização, pois esta pode colocar em xeque os interesses dos golpistas. O PSDB, MBL, PSL e outros golpistas são amplamente rejeitados pela população e somente conseguem se manter devido ao apoio da burguesia e seus interesses estão dentro do parlamento e os acordos que podem beneficiá-los nessa jogada “contra” Bolsonaro.

Essa afirmação fica muito clara quando analisamos a “adesão” do PSDB aos atos pelo fora Bolsonaro. Com essa “oposição” a Bolsonaro podem levar seus candidatos a serem a terceira via, tão aclamada pela burguesia, para evitar que Lula seja o vitorioso nas próximas eleições. Apoiador incondicional da política de Bolsonaro e com elementos que fizeram campanha conjunta com Bolsonaro como João Doria, Eduardo Leite, Alexandre Frota e muitos outros.

O que fica evidente na frente ampla com a direita golpista é uma tentativa de controlar a crise devido aos ataques realizados pelo governo Bolsonaro e apoiado por toda essa direita batizada de maneira incorreta de ‘democrática e civilizada’ e uma possível substituição de Jair Bolsonaro, mas mantendo toda sua política servil ao imperialismo e de ataques a população e os trabalhadores.

Os setores da esquerda que querem impor a política da frente ampla estão trabalhando ativamente não para derrotar Jair Bolsonaro e sim para buscar uma terceira via, pela direita, de acordo com os interesses e com total controle da burguesia para isolar Lula e impedir uma possível vitória em 2022.

Nesse sentido, a política da frente ampla e da terceira via é uma inimiga da mobilização popular e da luta real contra o governo Bolsonaro e seus ataques.

Ausência de democracia na direção do movimento é para impor a direita

A direção do movimento batizada de “operativa” ninguém sabe quem é, quando se reúne e como são decididos os rumos desse enorme movimento de luta contra o governo Bolsonaro. Utilizando de táticas de centros acadêmicos pelegos, com tempos reduzidos de fala e colocando uma série de organizações que não existem na prática, manipulam e impõe ao movimento uma política que não servem aos interesses da luta contra o golpe e a direita, e sequer é apoiada pelos manifestantes.

Essa ausência de democracia não é por acaso. Isso porque se houvesse o mínimo de democracia nesses espaços a política da frente ampla e a imposição da direita nos atos e nos espaços da luta nunca seriam aceitos. A ditadura imposta pela “operativa” controlada pelo PCdoB e seus satélites é a único modo de participação do PSDB e MBL no movimento. Essa ditadura deve ser extirpada da luta pelo Fora Bolsonaro ou todo o movimento será derrotado.

Para isso é preciso ampliar a participação de quem mais está interessado na ampliação do movimento e na derrota do fascista Bolsonaro e também que apoia sua política como o PSDB, PDT e PSB. Então:

  • A direção deve ser liderada por organizações que realmente têm base no movimento e nos trabalhadores, como o PT, a CUT, a CMP e o MST, e de organizações que estão na luta contra o golpe e pelo Fora Bolsonaro;
  • Convocação de plenárias regulares em nível municipal e estadual para discutir cada passo do movimento e com quem está organizando localmente para, inclusive, ampliar a mobilização;
  • A coordenação do movimento pelo fora Bolsonaro deve ser pública e conhecida, assim como suas decisões e ações;
  • As plenárias devem ser públicas e abertas para que as discussões e posições de cada integrante seja conhecida;
  • E ter um fórum que permita aos trabalhadores participarem de fato das decisões, e não serem meramente figurantes tratados como gado pela direção do movimento.

Não é por acaso que setores da direção da esquerda estão defendendo o PSDB e atacando o PCO

A expulsão do PSDB do ato do último dia 3 da manifestação na avenida Paulista deixou os entusiastas da frente ampla muito revoltados. A ação de expulsar um dos partidos mais odiados do Brasil, o PSDB, foi amplamente apoiado pelos manifestantes e pelos setores de base de todas as organizações da esquerda e mostrou que a direita não vai realizar um novo 2013 e tomar conta das manifestações e mostrou o caminho para outros ativistas da luta contra o golpe em todo o país.

Não foi por acaso que as direções de organizações da esquerda pequeno burguesa que buscam acordo com João Doria, Eduardo Leite, Joice Hasselmann, Luiz Eduardo Mandetta, ACM Neto, Eduardo Paes e outros golpistas procuraram atacar o PCO e se utilizada da antidemocrática “operativa” para caluniar e expulsar um dos partidos mais ativos e atuantes da luta contra o golpe, pela liberdade de Lula e contra a direita bolsonarista. Tudo isso para que os acordos da dessa esquerda frente ampla com a direita continuem e que PSDB, MBL, PSL e outros golpistas sejam incorporados na “luta” contra o governo Bolsonaro.

Estão imbuídos em atacar o PCO e expulsá-lo da organização do movimento fora Bolsonaro para que a direita golpista e bolsonarista desmoralize todo o movimento de luta e as manifestações sejam reduzidas pouco a pouco até que a burguesia não seja ameaçada pela população.

Esses são os verdadeiros objetivos de quem nesse momento faz uma campanha suja contra o PCO dizendo que agrediu mulheres e que celulares foram roubados, política está de colocar uma das instituições mais fascistas do país, a Polícia Militar e o judiciário, tenham argumentos para atacar o partido.

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