Nessa segunda-feira (9), a Lava Jato em São Paulo arrumou outra acusação contra Lula. Dessa vez, o Ministério Público Federal acusa Lula, sem provas, de receber uma “mesada” como propina da Odebrecht em troca de vantagens durante os governos petistas. A perseguição nesse caso se estende à família de Lula, como em outras oportunidades. O irmão do ex-presidente, Frei Chico, também é acusado do mesmo crime.
O MPF pede que os dois sejam condenados pelo crime de corrupção passiva, enquanto pedem para a empresa uma condenação por corrupção ativa. A “mesada” seria de cerca de R$ 3 mil, pagas pela maior empreiteira do Brasil, ao político mais popular do País, presidente do País por duas vezes.
Esse fato mostra que o cerco contra Lula e a esquerda continua e até se amplia. Apesar da crise da direita golpista, e, na verdade, justamente por causa dessa crise, a perseguição política se intensifica. Ao contrário do otimismo de análises que frequentemente apontam que a soltura de Lula seria iminente, o fato é que, se depender das instituições dominadas pela direita tudo indica que Lula poderia continuar preso por muito tempo. O que pode mudar isso é a luta política, especialmente diante do momento favorável à mobilização.
Recentemente, isso ficou demonstrado diante do caso de um julgamento pela Segunda Turma do STF que poderia ter libertado Lula no dia 27 de agosto. O julgamento acabou sendo adiado, e Lula continuou preso. A defesa de Lula pedia em um recurso acesso a uma delação da Odebrecht.
Deve-se destacar nesse caso que a direita não se intimidou com os vazamentos sobre os bastidores da operação Lava Jato. As conversas privadas entre procuradores da operação e o ex-juiz Sérgio Moro reveladas pelo The Intercept Brasil desmoralizaram completamente a operação. Não é possível mais negar o caráter arbitrário e forjado da operação, armada para perseguir a esquerda. No entanto, a direita não vai ser detida apenas por isso. Pelo contrário, seguirá atropelando os direitos do ex-presidente.
Isso acontece porque a prisão de Lula é política. A direita precisa perseguir Lula politicamente para não arriscar desestabilizar o regime político ainda mais, diante de uma situação em que o regime já é estremecido pela crise do governo golpista e ilegítimo de Jair Bolsonaro, assolado por contradições internas e profundamente impopular, como fica mais evidente a cada dia. Portanto, soltar Lula, do ponto de vista da direita que o mantém preso por meio de uma série de manobras, poderia precipitar uma catástrofe política.
De modo que, para impor a soltura de Lula, é necessário colocar a população na rua. Dia 14, sábado, é dia de ato em Curitiba para exigir: Liberdade para Lula! É preciso ir às ruas para começar uma ampla campanha em torno dessa reivindicação democrática fundamental. Essa é a única forma de impor uma derrota à direita capaz de impor a libertação de Lula, preso político da direita há 522 dias. Todos a Curitiba dia 14! Liberdade para Lula!