Desde 2016, ano do Golpe, a Transpetro vem reduzindo o efetivo de trabalhadores da subsidiária. Naquele ano, a Transpetro contabiliza 10,9% menos funcionários que em 2015.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Aéreos (Conttmaf) vem alertando para os riscos que representa a redução, cada vez maior, dos funcionários da Transpetro.
O fato é que a redução de tripulantes nas embarcações coloca em risco as operações, pois eleva o nível de fadiga dos trabalhadores, podendo resultar em acidentes. A redução dos efetivos nas embarcações desrespeita até mesmo a quantidade mínima definida pela Marinha.
Há denúncias de que também, por causa da redução do efetivo, há desvio de funções, para cobrir atividades dos que foram cortados, de alteração de registros de horas trabalhadas para menos e a ocultação de ocorrência de fadiga da tripulação.
As desculpas são sempre a crise, de que é necessário redução de custos nas operações, de que o momento é outro e que o Brasil trabalha com tripulações acima da média mundial entre outras. A verdade, porém, é que o sucateamento da Transpetro é o único objetivo, e a motivação é a privatização.
Com isso, no entanto, além dos acidentes de trabalho cada vez mais prováveis de acontecer, temos aumentada a possibilidade de tragédias ambientais no Rio de Janeiro, como a acontecida em dezembro de 2018.
Por causa de um vazamento, a empresa foi multada em R$ 7 milhões, quando 60 mil litros de óleo foram despejados no Rio Estrela, que deságua na Baía da Guanabara, afetando manguezais e a fauna local.
Nesta semana, foi confirmado vazamento de óleo na Região dos Lagos, potencial nova tragédia ambiental no estado. E isso está diretamente ligado ao sucateamento da Transpetro, ao contingenciamento de funcionários, não nos enganemos.
A sanha privatista não se preocupa com os danos ao meio ambiente, muito menos com a saúde dos trabalhadores, com o destino dos que foram e serão desligados. São sinais de que a Transpetro logo será entregue ao ‘mercado’, como parte do processo para privatizar a Petrobrás como um todo.