Os trabalhadores de frigoríficos no Rio Grande do Sul estão eles mesmos sendo levados ao matadouro. É a categoria de trabalhadores a nível nacional mais afetada pela contaminação do Coronavírus com 34% do total de casos oficiais de coronavírus no Estado. Ao todo, 3.201 funcionários de 24 unidades, localizadas em 18 municípios, testaram positivo para a doença, segundo levantamento do Ministério Público do Trabalho (MPT-RS).
Em todo o rincão gaúcho foram registrados até dia 1° de junho 9.332 casos oficiais e 224 mortes. De acordo com representante do Ministério Público do Trabalho do Rio Grande do Sul Priscila Dibi Schvarcz, em 28 municípios do estado com maior índice de casos por 100 mil habitantes são onde estão localizados sedes de frigoríficos ou contam com trabalhadores do setor. Dentre as empresas que não tomaram medidas para proteger a saúde dos trabalhadores estão a BRF, dona da Sadia e da Perdigão, e a JBS, dona da Seara e da Friboi.
Sem nenhuma medida efetiva para defender a vida dos trabalhadores, os operários continuam a trabalhar nos frigoríficos em geral em aglomeração, um trabalhador ao lado do outro, além de muitos trabalhadores em uma mesma área; outro problema encontrado é a ventilação, onde praticamente não ocorre renovação do ar.
O MPT realizou testagem em massa nas unidades comprovando um total de 3.201 casos positivos de coronavírus.
Mostrando a política de acordo com o bolsonarismo, o governo Estadual de Eduardo Leite do PSDB, esconde totalmente estes dados, apresentando apenas no último boletim da Secretaria Estadual da Saúde, do dia 26 de maio, no qual citam apenas a ocorrência de “surtos de síndrome gripal em empresas”.
Num dos casos mais recentes, na prefeitura de Caxias do Sul, foi também confirmado o primeiro surto de coronavírus da cidade no último dia 29. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, 12 funcionários de um frigorífico, que fica no distrito de Ana Rech, testaram positivo para a doença. A situação é tão grave e escancarada do total desprezo pelos trabalhadores que após pressão e denúncias de trabalhadores e famílias que o Ministério Público do Trabalho (MPT)instaurou um inquérito civil para investigar as condições de trabalho.
Com todo esse assassinato sendo realizado agora contra os trabalhadores gaúchos do ramo frigorífico, os trabalhadores não podem ficar na expectativa de nenhuma medida legal, pois a justiça está aí para servir ao patrão, não aos trabalhadores, portanto é necessário exigir que os sindicatos da categoria saiam da sua paralisia e convoquem imediatamente assembleias dos trabalhadores, para deflagração imediata de greves da categoria para defender amplas medidas de proteção à saúde e à economia e direitos dos trabalhadores.