O avanço das privatizações que marca os governos neoliberais em toda a América Latina tem se acelerado no Brasil principalmente após o golpe de 2016. Até aquele momento os governos do PT haviam estancado a senha privatista dos governos de Fernando Henrique Cardoso e seus antecessores.
Uma das estratégias mais comuns da burguesia para facilitar a privatização e sucatear as empreses públicas e oferecer ao cidadão um péssimo serviço, de modo que o anúncio da privatização não produza indignação popular. A Companhia estadual de Águas do Rio de Janeiro (Cedae) tem sido vítima dessa estratégia e , por consequência, a população do estado tem sido penalizada com frequência.
As reclamações mais recentes sobre o cheiro e o gosto da água por parte da população, levaram a companhia a interromper a distribuição de água em várias localidades. O acúmulo de algas nas tubulações teria causado o problema.
Segundo a companhia, a captação no Guandu foi interrompida para evitar a proliferação de algas responsáveis pela concentração de geosmina/MIB, que vem crescendo nos últimos dias na estação. A companhia explicou que a interrupção é uma manobra preventiva para renovação da água da lagoa próxima à captação da estação de tratamento. Ainda assim não foi explicado o motivo pelo qual os moradores não foram previamente avisados das interrupções no serviço.
Diante do descaso a população recorre aos caminhões pipa para remediar tanto os problemas de interrupção de serviço, quanto de qualidade ruim da água.
O que se sabe por certo é que as companhias de distribuição de água tem estado na mira de grupos econômicos no Brasil e já foram privatizadas em vários estados da federação levando a população a arcar com tarifas mais altas e nenhuma melhora nos serviços. O fracasso das empresas privadas neste setor ao redor do mundo tem resultado com frequência em processos de reestatização de empresas.
É preciso lutar pelo fornecimento decente de água para toda a população e contra a sabotagem dos governos burgueses às empresas públicas.