Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Derrocada de Estados e médicos

Contaminação de médicos é mais uma evidência do sucateamento da saúde

Com o sucateamento do sistema de saúde, e o estrangulamento do mercado para o fornecimento de EPIs e insumos, sofrem os profissionais da saúde na linha de frente da infecção.

A crise sanitária mostra toda a sua fragilidade  com o Covid19 assombrando o sistema. A falta de insumos e de EPIs para os profissionais do ramo são os indicativos disso. Mas não só, também não se vê preparo dos hospitais para receber tantos infectados, nem muito menos para fazer biópsia dos que vão a óbito ou já chegam mortos.

É nessa linha a denúncia feita pelo Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo, que, por intermédio da presidente Solange Caetano, alerta que a situação dos servidores e funcionários da saúde é muito grave,  ainda mais pela escassez de materiais de trabalho. “Há falta de macacão, gorros, máscaras, álcool em gel.” Ela informou que os trabalhadores dos hospitais e unidades de saúde estão reclamando da falta de equipamentos de proteção individual (EPI), o que prejudica as condições de trabalho em diversos hospitais, ambulatórios, Upas e Amas. 

Também o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) se manifestou, mas não sem antes divulgar nota de pesar pela morte do técnico de enfermagem José Antonio da Boa Morte, vítima da covid-19. “José Antonio era técnico de enfermagem nos serviços de ambulância e foi afastado do serviço assim que manifestou os sintomas.” O Conselho ressaltou que é a segunda comunicação de morte pela covid-19 feita pela entidade. A primeira foi no dia 29, falando da perda de Viviane Rocha Luiz, de 61 anos, assessora técnica do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). 

Os Hospitais Sírio Libanês e Israelita Albert Einstein já somam 452 profissionais diagnosticados – parte deles já retomou os trabalhos. Além disso, um levantamento do Sindicato dos Servidores de São Paulo, com dados do Diário Oficial da Cidade, aponta que de 1.º a 28 de março houve 1.080 afastamentos na rede pública por suspeita de contaminação. 

Em nota divulgada, o Einstein informou que “348 dos 15 mil colaboradores (2%) foram diagnosticados com a doença, e 15 estão internados”. De acordo com o hospital, “desses, 169 (1%) são da assistência (profissionais com formação em saúde, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem) e 36 deles já retornaram ao trabalho.” 

No Sírio, a informação nesta segunda-feira era de que houve 104 afastamentos de funcionários contaminados pela doença. O hospital esclareceu que esse total envolve desde médicos a pessoal da enfermagem, limpeza e auxiliares administrativos e informou que adotou, de forma proativa, a medida de testar os profissionais que atuam na linha de frente do combate à doença ou aqueles que apresentaram sintomas. “Não há evidências de que eles foram infectados no hospital, uma vez que já há transmissão comunitária da doença no País”, informou, por meio da assessoria. 

Segundo o hospital, os profissionais passam bem e já está havendo uma redução de casos entre os servidores, “o que pode ser reflexo da quarentena”. Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de São Paulo não se manifestou até as 22 horas. 

É verdade que esses são hospitais da rede privada, e, certamente, se encontram melhores aparelhados e capacitados para enfrentar o coronavírus. É claro que, em boa medida, muitos problemas são reflexos já da crise econômica e afetam indistintamente tanto o setor público quanto o privado. Mas, de fato, os hospitais públicos já vinham sendo vítimas de um sucateamento bem antes do coronavírus.

Lígia Bahia, graduada em Medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, mestra e doutora em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz, avalia que, infelizmente, nos últimos anos os governos “mais do que incentivaram, agradeceram a existência” dos planos de saúde e “decretaram que sem os planos privados o Brasil estaria em um beco sem saída na saúde”. Com isso, ressalta, “fizeram um imenso desfavor para a saúde pública ao considerá-la assessoria ao setor privado.

Os governantes ignoram propositalmente todo o conhecimento acumulado sobre o tema e, sustentados no senso comum, terminam por acreditar que o SUS original é uma bobagem de uns tantos sanitaristas”. Entre as consequências dessa política, frisa, houve a “constituição de grandes grupos econômicos no setor assistencial, financeirização da saúde e até a corrupção e a perda de quadros sanitaristas para o setor privado. Houve liberação de créditos, empréstimos e políticas públicas que alavancaram grandes negócios e em troca de financiamento de campanhas”.

E isso sem falar que os Estados enfrentam dificuldades específicas com a decretação de falência, o que deixa toda situação sanitária do país ainda mais dramática. Se atualmente, os profissionais da saúde pública já não estavam mais recebendo em dia seus vencimentos, agora, então, não só os profissionais do setor público estão no sacrifício, como também os do setor privado ficarão sem receber partes dos seus vencimentos com as medidas do governo, se não forem demitidos.

Somente teremos saída com o socialismo e a estatização, não só do sistema de saúde, mas com toda a economia. A organização da classe trabalhadora é urgente. Só com medidas como essas o Brasil encontra a saída dessa situação. Não está em jogo só a vida dos profissionais da saúde, linha de frente do enfrentamento desse problema, mas de todos, pois atinge direta ou indiretamente a todos.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.