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Assembleias virtuais

Conlutas fecha as portas dos sindicatos e joga operários aos patrões

"Dirigentes" sindicais em nome da "democracia operária" entregam os trabalhadores nas mãos dos patrões

Os “atos” virtuais promovidos pelas “centrais” brasileiras sejam os das que promoveram a participação da direita golpista, seja das que se autointitulam revolucionárias, têm muito mais em comum do que o exagero em chamar de atos uma transmissão pela internet. 

Os “atos” das centrais pela internet nada mais expressam do que a política levada pelo conjunto dos sindicatos de simplesmente, em nome de uma suposta “defesa da vida” fecharem suas portas.

Essa política é por demais evidente nos “acordos” que ocorrem por todo o País em que os trabalhadores são obrigados a aceitarem o rebaixamento salarial e a suspensão do contrato de trabalho e ainda, muitos, a amargarem com as demissões.

Chama a atenção nesse sentido, a Conlutas, a “central” sindical do PSTU, uma central, na verdade, de mentirinha, que no discurso clama pela “independência de classe”, “pela revolução”, mas que na prática em nada se diferencia dos pelegos da Força Sindical.

Em sua principal base sindical, a do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, já são dezenas de empresas que se valem da MP 936 para reduzir salários, suspender o contrato de trabalho e demitir trabalhadores, a começar pela Embraer.

Apenas nas empresas fornecedoras de insumos para a Embraer, foram 300 demissões somente no mês de abril, conforme atesta o próprio sindicato. E qual a medida para se contrapor aos patrões? “… mover ações judiciais para cancelar as demissões”.

No que diz respeito à MP 936, se a Força Sindical defende abertamente os acordos, a Conlutas, para encobrir a sua política pelega e covarde, coloca a culpa nos próprios trabalhadores por aceitarem, em assembleias virtuais, as imposições dos patrões. 

Invariavelmente, a cada novo “acordo” fechado, matérias na página da internet do sindicato apresentam declarações de diretores com o seguinte teor: “O Sindicato tem se posicionado radicalmente contra a redução de salário e direitos, principalmente neste momento crítico da pandemia.  A entidade defende que os trabalhadores fiquem em casa, sem qualquer perda salarial ou de direitos. De qualquer forma, a decisão da maioria dos trabalhadores será acatada”, como ocorreu nesta segunda-feira, em que trabalhadores da Gerdau votaram “online”, a favor da proposta patronal.

Quer dizer, o sindicato lava as mãos, “a culpa é dos trabalhadores”. É, segundo os “combativos”, a “democracia operária”, que prevalece. A atitude da Conlutas é tão grotesca, que chega às raias de encobrir o que vai significar o acordo nos salários dos operários da Gerdau.

Segundo nota oficial do sindicato, os 160 metalúrgicos que trabalham na produção e que terão seus salários suspensos, receberão, de acordo com a sua faixa salarial entre 90 e 70% dos seus salários líquidos. O problema é que essa conta não resiste à matemática.

Quanto maior for o salário do operário, maiores serão suas perdas. Considerando o teto máximo do salário desemprego que é de R$ 1.813,03 para salários acima de R$ 2.666,29, um trabalhador que receba R$ 3 mil, por exemplo, terá uma perda de 33% em seu salário bruto. Já um que ganhe R$ 5.000,00 terá perdas de mais de 36% e assim, sucessivamente. Quando se considera benefícios indiretos, como o FGTS, esse valores aumentam mais ainda.

A política da Conlutas e das demais centrais sindicais é ainda mais nefasta porque, ao contrário do que seria o papel de um sindicato e de uma central sindical – unir os trabalhadores como classe social contra os patrões -, pulveriza todos eles, como indivíduos, portanto sujeitos a absoluta pressão dos patrões.

Nada de unidade. Os operários da Embraer, da Gerdau, da Techal, entre muitas outras, estão cada um por si, com os seus grilos falantes que os seus celulares, recebendo notícias, a todo momento, dos males da pandemia e a realidade nefasta para os trabalhadores. E onde estão os sindicalistas? Em suas casas, em quarentena, esperando a pandemia passar. 

Se em momentos de agudização da luta de classes em que a burguesia joga a crise sobre os ombros dos trabalhadores, os sindicalistas não organizam, não lutam, deixam nas mãos do patronato a iniciativa diante da situação, qual é o papel que verdadeiramente cumprem?

O caso do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos é a regra geral dos sindicatos  da Conlutas – estão fechados. É assim com Sindipetro RJ, com o sindicato dos Correios do Vale do Paraíba, com o sindicato dos rodoviários de Recife e o da Construção civil de Belém. Os telefones das entidades se transformaram em uma espécie de 0800 do movimento sindical. Atendimento individualizado, a domicílio, “acabou” a luta de classes. Tudo fica para depois da pandemia. O que importa é “defender a vida. De quem ?

Enquanto isso os patrões deitam e rolam!

 

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