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Conheça a história da Scuderie le Cocq, o grupo que ficou conhecido como Esquadrão da Morte

Nesta sexta-feira (01), o presidente Jair Bolsonaro nomeou Carlos Humberto Mannato, ex-membro declarado da Scuderie Detetive Le Cocq, para fazer parte do seu governo. Mannato será Secretario Especial para a Câmara dos Deputados da Casa Civil da Presidência da República. Manato foi derrotado na eleição para governador do Estado do Espírito Santo e é ex-deputado federal.

Scuderie Le Cocq é um nome de fachada utilizado para a organização de grupos de extermínio e fuzilamento. A história desses grupos começa nos primeiros anos de ditadura militar instalada depois do golpe de 1964. Esses grupos foram criados para atacar os trabalhadores, suas organizações e seus líderes como forma de sustentar a política do regime.

Entre 1968 e 1969 uma série de eventos e demonstrações de força das organizações estudantis e dos trabalhadores leva a um recrudescimento da repressão política. Então, uma das maneiras desenvolvidas foram os grupos de extermínio formados por polícias e membros das forças de repressão, os conhecidos grupos da morte que se tornaram uma verdadeira política pública de “segurança”.

Além disso, foram incentivados grupos de caráter fascista e com a participação de pessoas que não eram necessariamente polícias ou militares, como a Scuderie Le Cocq. Desde os primórdios, em torno de 30% de milicos interagem com médicos, dentistas, advogados, promotores, engenheiros e toda a sorte de pequeno-burgueses raivosos. A partir de 1968, esses esquadrões da morte foram a principal peça na caça aos membros de toda e qualquer instituição de esquerda ou ligada aos trabalhadores.

O grupo CCC (Comitê de Caça aos Comunistas) também possui a sua origem ligada a esse momento da repressão política no país. O CCC era majoritariamente composto por militares e estudantes de direito e foi decisivo na desarticulação das reivindicações dos estudantes, além da morte, tortura e mutilação de inúmeros indivíduos.

Na verdade, esse grupos de extermínio foram fundamentais para a sustentação do governo através da repressão e morte dos opositores. Assim, a mais violenta e incrível repressão policial e para-militar foi imposta ao povo e consentida pela pequena-burguesia. A imprensa burguesa e as campanhas publicitárias da época também endossavam e defendiam a repressão.

Paralelo a isso, a grande burguesia nacional também financiava e, em alguns casos até assistia, a tortura e a guerra contra o povo. Associado aos grupos de extermínio, a repressão oficial torturava com a tática de obter informações. Essas confissões forçadas não impediam uma série de castigos físicos, mutilações, fuzilamentos, esquartejamentos e etc. Relatos e documentos atestam que crianças chegaram a ser presas torturadas e abusadas.

Cabe ressaltar também que, desde o início, esses grupos tinham como estratégia culpar os grupos de esquerda pelos seus atos. Ao mesmo tempo, procuravam justificar a violência cometida contra a esquerda e os mais pobres chamando-os de traidores da pátria.

Outra característica curiosa dos grupos de extermínio e da Scuderie Le Cocq é que sempre houveram as homenagens concedidas por políticos. Os polícias membros e organizadores dos grupos recebiam inúmeras comendas e menções dos Assembleias Estaduais e Câmaras Municipais, exatamente como ficou exposto ter sido feito por Flávio Bolsonaro a milicianos do Rio de Janeiro.

A Scuderie Detetive Le Cocq sempre se orgulhou de ter entre as suas fileiras altas patentes militares e pessoas influentes sob uma égide abertamente fascista e contra o povo. O assassino e delegado Fleury é um exemplo do tipo de elemento associado a esse grupo.

Á partir de 1973, a pressão popular contra esses grupos ganhou um peso muito grande e isso provocou uma mudança, pelo menos nas aparências. Assim, esses grupos foram se tornando clandestinos e secretos. Entretanto, A Scuderia Detetive Le Cocq do Espírito Santo, que Mannato fazia parte, é acusada de manter uma imensa atividade nesse período, sendo considerada o braço direito do tráfico de drogas na região, pela própria Justiça Federal.

Que tipo de função uma figura como Mannato pode ter no governo? Com um histórico desses, é preciso não ter ilusões sobre a conjuntura e a firmeza que deve motivar nossas ações.

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