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Congresso do PT

Lula saúda rebelião latino americana e quer PT liderando polarização

Encontro que termina hoje teve como ponto alto discurso do ex-presidente em que atacou a direita e rejeitou a idéia de que o Partido tenha que fazer autocrítica

Encerra-se hoje, em São Paulo, o Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores, com a eleição da direção partidária, que foi realizado em meio a um espetacular avanço da crise política não só no Brasil, mas também em toda a América Latina.

O Encontro teve seu ato de abertura na sexta (dia 22), no qual o ponto alto foi a intervenção do ex-presidente Luís Inácio Lula Silva, solto há poucos dias, depois de passar 580 dias na cadeia da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, como preso político, em aberta violação da Constituição Federal, como foi parcialmente reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal.

Lula iniciou o discurso fazendo um agradecimento à solidariedade que lhe foi prestada pela militância não só do PT mas de toda a esquerda:

Esperei muito tempo para poder falar livremente ao povo brasileiro. Esse dia finalmente chegou, e minha primeira palavra tem de ser de agradecimento, pela solidariedade, pelo carinho e pelas manifestações de quem não desistiu de lutar e vai continuar lutando pela verdadeira justiça.

Saindo vários momentos do texto oficial preparado para o evento, Lula fez um dos seus mais radicais pronunciamentos, se opondo claramente à política de paralisia e entendimento com os golpistas colocada em prática por alguns expoentes do PT, diante sua prisão (sem citar nomes).

Ele destacou a a arbitrariedade do judiciário golpista assinalando que

Durante 580 dias fui isolado da família, dos amigos e companheiros, apartado do povo, mesmo tendo o direito constitucional de recorrer em liberdade contra a sentença injusta e fraudulenta de um juiz parcial. Um direito que somente agora foi proclamado pelo Supremo Tribunal Federal, para todos, sem exceção.

De improviso, Lula saudou a mobilização dos explorados de diversos países da América Latina contra os governos da direita, se solidarizou com a luta do povo boliviano contra o golpe militar e assinalou que o caso da Bolívia reforçava a importância do exemplo do povo e do governo venezuelano que resistiram ao golpe de Estado, em clara oposição aos setores do próprio PT – como Fernando Haddad e outros que chegaram até mesmo a criticar a presidenta do Partido, deputada Gleisi Hoffmann, por apoiar o governo Maduro contra os golpistas, inclusive, participando da posse do presidente após usa última reeleição.

Os ex-presidentes Lula e Dilma, na abertura do Congresso do PT

Em meio a inúmeros elogios às gestões petistas, destacou a situação de evolução da polarização política da esquerda e da direita e, assinalando a pressão vinda da direita para que se oponha à ela, dedicou boa parte do seu discurso para defender que o PT não abdique do papel que ele considera fundamental de liderar a oposição ao governo Bolsonaro, mesmo que defendendo vários aspectos da política de aliança com partidos da burguesia (sem citar) que participaram do golpe de Estado que derrubou presidenta Dilma Rousseff.

De certa forma, o discurso de Lula, marcou – de forma positiva – a contradição e heterogeneidade do próprio partido, diante de um situação que evolui acentuadamente à esquerda no Brasil e em toda a América Latina, apesar da política das direções (incluindo a direita do PT e seus aliados da esquerda burguesa e pequeno burguesa) que se opõem a levar adiante qualquer luta contra o regime golpista, como se viu – inclusive – na oposição à realizar uma mobilização em favor da liberdade de Lula.

O ex-presidente, claramente se opôs à idéia do Partido se submeter ainda mais às pressões da direita no sentido da idéia de que o PT deve fazer autocrítica, assinalando que

A autocrítica que o Brasil espera é a dos que apoiaram, nos últimos três anos, a implantação do projeto neoliberal que não deu certo em lugar nenhum do mundo, que vai destruir a previdência pública e que ao invés de gerar os empregos que o povo precisa está implantando novas formas de exploração.

E atacou a criminosa operação lava jato, afirmando entre outros que

O mundo hoje sabe que, ao contrário de combater a impunidade e a corrupção, a Lava Jato corrompeu-se e corrompeu o processo eleitoral e uma parte do sistema judicial brasileiro. Deixou impunes dezenas de criminosos confessos que Sérgio Moro perdoou e que continuam muito ricos.

No Congresso do PT estavam em debate um conjunto de resoluções em torno da situação política que estão sendo votadas desde ontem. Muitas delas devem ser tornadas públicas nos próximos dias, quando esse Diário, por certo, vai buscar destacar seu caráter e estabelecer um debate em torno das perspectivas e limites destas diante da evolução da situação política que se desloca à esquerda.

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