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Confusão: Congresso da Conlutas apresenta um programa de derrotas

Nem Fora Bolsonaro e nem Liberdade para Lula, o ocaso da "central" do PSTU

Entre os dias 03 e 06 de outubro ocorre em Vinhedo (SP) o 4º Congresso da CSP-Conlutas. A primeira questão a ser salientada, é que a Conlutas criada sob o signo de se “constituir como uma alternativa à Central Única dos Trabalhadores (CUT)”, amarga no atual momento, depois de cerca de 14 anos da sua fundação, sem nunca ter conseguido nem de perto ser uma verdadeira central sindical, uma dissolução política terminal.

Um pouco da decomposição da Conlutas pode ser entendido pelas diferentes teses apresentadas ao Congresso. Ao todo são 12, a esmagadora maioria dos grupos que assinam as diferentes teses, senão todos, foram partidários da política do setor dirigente da “Central”, o PSTU, em defender o “Fora todos”, o impeachment da presidenta Dilma, a perseguição e prisão do ex-presidente Lula, sendo que muitos, como o próprio PSTU e o grupo do Psol, conhecido como MES, dirigido pela candidata do Psol à presidência em 2010, Luciana Genro, foram apologistas da operação do imperialismo e coluna vertebral do golpe de Estado, a Lava-Jato.

Como em 2019 não é possível defender a política de 2015 e 2016, os temas de que “não teve golpe” a defesa do “Fora todos”, “Fora Dilma” e “Lula é culpado” sumiram das análises rocambolescas das teses. Aqueles que se aventuraram, como o grupo “Resistência”, do professor Valério Arcary, trataram do problema de um ponto de vista, digamos, envergonhado.

“Ao não entender que houve um golpe parlamentar-palaciano que depôs um governo democraticamente eleito, a central, em vez de denunciar o golpe em curso, fez coro e até disputou setores da direita que foi às ruas pedir o impedimento do último governo petista.

Ao priorizar suas diferenças com o petismo, a direção da central, de fato, apoiou a operação lava a jato e a prisão – sem qualquer prova material – do ex-presidente Lula”.

Manifesto ao Congresso da CSP – Conlutas

Resistência/Psol e outros grupos

Deixando de lado o aforismo “golpe parlamentar-palaciano”, tão usado por uma parcela considerável da esquerda, o problema é que, para a crítica –  no caso autocrítica, pois o grupo Resistência (antigo Mais)  é egresso do PSTU e fez coro com toda a campanha pelo Fora Todos” – ser consequente deveria vir acompanhada de uma política que apontasse para a luta contra o golpe, aí incluídos a anulação do impeachment de Dilma e da condenação e prisão de Lula.

O Resistência, agora no Psol, o próprio Psol e o PSTU continuaram na mesma frente única, que existe até agora, expressa no jargão “Lula não unifica a luta”. Ou, como Arcary gosta de usar, para diluir a luta pela Liberdade de Lula em meio a outras pautas, “um dos eixos estruturantes”, assim como a Previdência, o movimento LGBT, a defesa das estatais e assim sucessivamente. O que isso implica? Lula não é um problema central do golpe, tudo que o golpe produziu é central. Portanto, se há um ato em defesa da educação é natural que essa pauta esteja acima da reivindicação da Liberdade de Lula.

Nada mais falso e isso se verifica por um outro problema crucial da situação política e que aparece apenas em uma tese de um setor bem minoritário, a defesa da palavra-de-ordem “Fora Bolsonaro” . Primeiro, que para uma Central que se propunha a “superar” a CUT pela esquerda, é uma política muito defensiva, de retaguarda. A tese do PSTU, o setor majoritário da Conlutas, deixa claro qual é a política. O chamado da sua tese é: “Enfrentar os ataques de Bolsonaro/Mourão e avançar na construção da Central sindical e popular como alternativa de direção para as lutas, com independência de classe”. A seguir, afirma: “O desafio imediato é a construção de uma nova Greve Geral contra as Reformas e os ataques as liberdades democráticas, bem como contra os cortes na Educação, pela defesa do emprego e contra as privatizações e todos os ataques desse governo”.

O governo fascista de Bolsonaro e o conjunto dos golpistas acabam de impor a reforma da Previdência. Esse marco representa uma profunda derrota da política levada até o momento pela esmagadora maioria da esquerda no Brasil. Foi a luta pelas reivindicações parciais, miúdas, defensivas. A política do golpe é a de impor de cima para baixo todos os seus objetivos. Tentar lutar contra cada medida, por mais justa que seja, não parece um caminho mais apropriado, basta ver o resultado.

As grandes manifestações de maio e junho passados apontaram claramente que o sentimento do povo que vai para rua é um só. Colocar para fora Bolsonaro e como outro lado da moeda, defender a liberdade de Lula. As duas bandeiras estão indissoluvelmente ligadas. A queda da popularidade de Bolsonaro trás Lula para o primeiro plano. Não entender essa questão elementar é típico de uma esquerda sem rumo.

Não é por outro motivo que a CSP Conlutas é um projeto falido e se transformou em um mero apêndice das alas mais reacionárias da burocracia, particularmente da patronal Força Sindical do Paulinho da Força, o ultrarreacionário pelego e um dos expoentes do golpe de Estado. Tivesse de fato uma lampejo “divino” ou melhor da luta de classes, a Conlutas só teria um caminho: chamar a dissolução e ir para a CUT, a única e verdadeira central sindical do País e aí travar uma luta para que a CUT cumpra de fato o papel de cabe a ela na luta contra o golpe.

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