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“Comunista” Flávio Dino não é contra Bolsonaro transformar o Maranhão em um prostíbulo dos EUA

O governador do Maranhão, Flávio Dino, do PCdoB, é um dos maiores mitos da esquerda brasileira. Embora exista toda uma campanha que procura apresenta-lo como um grande esquerdista, que gira em torno principalmente da propaganda de uma suposta valorização salarial para os professores no estado, quem acompanha de perto as suas ações políticas concretas sabe que de comunista, Dino não tem nada.

A mais recente demonstração da sua política direitista é um verdadeiro escândalo. De uma forma muito sorrateira, o portal Vermelho, do PCdoB, procurou apresentar o que denuncia o título desta polêmica – o fato de que Flávio Dino não se opõe aos planos de Bolsonaro de transformar o Maranhão em um prostíbulo norte-americano – como uma posição digna de um grande esquerdista, talvez até revolucionário!

É completamente inadmissível para um esquerdista brasileiro, quanto mais ainda um comunista, não se colocar frontalmente contra a entrega da base de Alcântara para os EUA. Todo o mundo civilizado conhece essa espécie de segredo de polichinelo, encoberto pela imprensa direitista mundial: os locais onde os norte-americanos possuem bases militares são verdadeiras terras sem-lei, faroestes, onde eles fazem o que querem, oprimindo as mulheres de forma brutal, através da prostituição, e toda a população, gerando uma região de muita miséria e crime. A situação em que se encontram o Iraque, o Afeganistão, a Síria e também Guantánamo, só para ficar em poucos exemplos, nos permite tirar facilmente essa conclusão.

Mas no caso de Flávio Dino, o crime político é muito mais grave. Não se trata de um militante qualquer da esquerda, que temos aos montes no país. Dino não tem apenas uma grande influência sobre um dos maiores partidos de esquerda no Brasil, o PCdoB, mas administra o governo do Maranhão. Não há nenhuma sombra de dúvida que, para aqueles que têm o mínimo de imaginação, as possibilidades de reação de Dino são diversas. O governo de um estado brasileiro possui muitos recursos que poderiam ser utilizados, como por exemplo a propaganda de massas.

Os defensores dessa barbaridade, decerto esquerdistas no mínimo confusos, certamente dirão que embora esteja no Maranhão, a base de Alcântara não é administrada pelo estado, sendo assim uma base de responsabilidade federal. No entanto, uma vez que seja controlada pelos EUA, é óbvio que a população do entorno e na realidade de todo o Maranhão e até do Brasil sentirão o peso das botas sujas dos norte-americanos em suas cabeças. Simplesmente não há como procurar limpar a ficha de Dino nessa história.

Diante desse verdadeiro crime de lesa pátria, que deixou todo o Brasil estupefato, como reagiu o “comunista” Flávio Dino? Procurando encobrir a manobra canina de Bolsonaro, afirmando, de acordo com a matéria do Vermelho que “É normal que haja Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (ACT), em razão da proteção jurídica à propriedade intelectual. Contudo, o acordo não pode ser abusivo e conter cláusulas que violem a soberania nacional. Também não concordo com nenhuma ampliação de área da Base ou com remoção de mais pessoas”. Ou seja, Dino não concorda, supostamente, com a entrega da base. Mas e aí? Não se trata de uma questão de opinião, não haverá nenhum plebiscito para perguntar ao povo se a base de Alcântara vai ser entregue de bandeja para os EUA. A pergunta é: o que Flávio Dino pretende fazer? Se já de saída ele afirma que o tal “acordo” é “normal”?

A loucura e a demagogia, no entanto, ainda atingem um clímax posteriormente. Afirma Dino que “a exploração comercial não pode ser monopólio de um país, ou seja, a Base deve estar à disposição de todos os países que queiram usar e tenham condições para tanto. É vital a meu entender que se criem as condições para a retomada do Programa Espacial Brasileiro”. Ou seja, mais uma vez, o governador do Maranhão nos brinda com a sua ótima opinião, de que a base não deveria ficar sob o controle de um único país. A febre no entanto parece ter tomado conta de Dino de uma vez. Ao que parece, ele é o único que ainda não percebeu que o governo Bolsonaro seria fotografado em close caso tirássemos uma foto por debaixo das roupas íntimas de Trump. Qual o sentido de apresentar a proposta da retomada do programa Espacial Brasileiro nestas condições em que estamos dessa forma água com açúcar? O período eleitoral já passou, no entanto os políticos pequeno-burgueses não perdem o cacoete do discurso eleitoral, frases e discursos belíssimos (e com frequência não muito bonitos também) que nunca se concretizam em ações políticas efetivas.

Sendo um partido pequeno-burguês profissional, o PCdoB e o próprio Dino são useiros e vezeiros na arte da enganação. A matéria do Vermelho encerra afirmando, em uma expressão há muito manjada, que para Dino, “Alcântara já suportou muitos ônus com o projeto. É hora dos bônus, ou seja, caso se consume a exploração comercial é essencial que haja contrapartidas sociais em favor da cidade e da região”. Mais uma vez, uma ótima ideia, como bien-pensant que são. No entanto, alguém realmente acredita que essa posição criminosa, uma capitulação vergonhosa para dizer o mínimo, que ainda procuram vender como uma grande vitória de Dino em seu portal Vermelho, vai se concretizar em algum movimento concreto de reação contra a entrega de Alcântara para os EUA? Será que governador do Maranhão procura sensibilizar o capacho Bolsonaro e sua turma para que eles ofereçam alguma “contrapartida” por essa entrega?

A verdade é que, embora as palavras possam enganar o leitor incauto, distraído, Flávio Dino não se opõe à entrega da base de Alcântara aos norte-americanos. Podemos ver que mais uma vez, a política do PCdoB para o presente período se expressa através da posição apresentada pelo governador Flávio Dino: o partido procura se integrar ao governo golpista do fascista Jair Bolsonaro. Essa integração ao bolsonarismo vai custar muito caro, e vai na contra-mão do próprio sentimento popular, como mostrou o carnaval. Esse é o verdadeiro motivo que leva as direções da esquerda pequeno-burguesa a não lutar pela palavra de ordem de “Fora Bolsonaro”.

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