Em entrevista ao sitio na internet Brasil de Fato, Elida Elena, vice-presidenta da UNE declarou que “os setores da educação precisam se mobilizar pelo Fora Bolsonaro, porque enquanto ele se manter lá nós não vamos conseguir construir um projeto popular para a educação”.
A declaração positiva de Elena, é importante em meio a paralisia geral da esquerda, sobretudo do movimento estudantil, o mais radicalizado no Brasil. A vice-presidenta, com esta colocação expressa, ela querendo ou não, uma tendência combativa, contrária as posições tomadas pela própria esquerda pequeno-burguesa que fecharam as portas desde o início da pandemia, negando-se a mobilizar os estudantes.
Em um dos piores cenários da história do movimento estudantil, a esquerda havia adotado a política de “cada um por si”, na luta contra a pandemia e os ataques como o EAD e a volta às aulas.
Contudo, a declaração de Elena está na realidade em sintonia com os últimos acontecimentos, principalmente em Brasília e Goiás, representando uma evolução da real mobilização dos estudantes, que pouco a pouco, forçam suas direções a assumir uma postura diferente.
O Instituto Federal de Brasília, é uma prova material deste fenômeno. Lá, como no colégio setor Leste (DF), e no campus Águas Lindas, do Instituto Federal de Goiás, a mobilização por parte dos estudantes não só é real, como intensa. As declarações dos grevistas que exigem o “fim do EAD” e colocam-se dispostos a lutar contra a volta às aulas sem vacina, deixa claro que há sim uma maneira de lutar e, acima de tudo, há muita vontade por parte da juventude em criar uma forte mobilização, não só contra os ataques à educação, como também, pelo Fora Bolsonaro.
Elena disse em sua entrevista que “as universidades fazem mais pelo combate à pandemia que o presidente”, devemos – portanto – organizar uma campanha de luta que mostre isso na prática. Derrubar Bolsonaro, garantir a vida de milhares de jovens impedindo a volta às aulas, é certamente um passo fundamental e muito superior a qualquer demagogia vinda da burguesia em solucionar o problema.
Logo, atos precisam ser chamados em todas as capitais, uma greve nacional contra o EAD precisa ser formada, e a luta pelo pelo Fora Bolsonaro ser o centro dessa mobilização.