Cumprindo o seu papel de braço repressivo do Estado Fascista formado com o golpe de 2016, a PM, defende os interesses da classe burguesa que, quando se sente desconfortável com uma pessoa crítico ou democrática, recebe uma visitinha dela para colocá-lo no seu devido lugar: o de alguém, que, diante do sistema, não pode querer pretender tirar nem pôr nada do lugar .
E foi assim que o músico Heleno Augusto se viu com a Polícia Militar de Minas Gerais na sua porta para intimidá-lo e dizendo: “ o efetivo estaria armado e poderia usar as armas para fazer uma dispersão forçada do bloco”.
É que Heleno é também representante dos blocos Raga Mofe e Havayanas Usadas. E, por conta disso, foi avisado pela PM que se proferisse palavras de ordem durante a apresentação de algum cortejo, poderia passar por alguma intervenção dela e sofrer as consequências pela sua rebeldia.
O músico conta que foi convidado para uma reunião com os policiais na última quarta-feira (19). Porém, como Heleno não tinha disponibilidade, a PM agendou uma “visita” em sua casa para o dia seguinte, na quinta-feira.
Veja que o músico não é um caso isolado. A poucos dias um idoso que se manifestou nas redes sociais contra a PM, também foi intimidado, chegaram a conduzi-lo de forma coercitiva, à força, até a delegacia simplesmente pelo fato de ter se manifestado contra atitudes autoritárias de policiais militares. E não para aí: basta lembrar dos nove mortos em Paraisópolis para a gente saber que a PM tem um único interesse, e é satisfazer a vontade de quem tem dinheiro.
A classe burguesa, com o seu dinheiro, é quem comanda as instituições mais importantes do Estado, o que inclui o Congresso, o Judiciário, a Imprensa e a Segurança Pública, entendo como tal a PM e as Forças Armadas.
Mas, de fato, ainda vivemos os resquícios de uma ditadura, que, considerando que o governo federal está tomado pelos militares, o direcionamento das instituições está cada vez mais entregue à extrema-direita, tal o que representa o governo Bolsonaro.
A deterioração das instituições públicas estão cadas vez mais comprometidas pela ideologia e os valores condizentes com essa orientação política.
A ausência da liberdade de expressão, como o que aconteceu com o idoso e com o músico aqui noticiado, e isso só pra ficar nesses dois exemplos em meio a tantos outros já amplamente noticiados, é de fato o resultado de uma sociedade vivendo as ruínas de suas instituições democráticas, por um processo autoritário, fascista e excessivamente violento, atentando, inclusive, contra a vida dos cidadãos.
Nem liberdade de expressão, nem direito ao devido processo legal, incluindo ampla defesa e contraditório estão mais garantidos depois que vimos o Lula ficar preso injustamente mais de 500 dias.