Desde o golpe que depôs o Presidente eleito Manuel Zelaya em 2009, Honduras se transformou em uma ditadura militar controlada pelo imperialismo, recebendo milhares de militares e constituindo-se em uma base militar dos EUA para operações em toda a América Latina. A presença militar norte-americana no país não é bem vista pelo povo hondurenho, mas imposto pelo ditador fantoche Juan Orlando Hernández que assinou um acordo de cooperação militar.
O país sofre forte censura às liberdades de imprensa. Segundo a organização Repórteres Sem Fronteira (RSF), Honduras ocupa a 146º posição no ranking mundial de liberdade de imprensa. A RSF acusa o governo de agressão, ameaças de morte e exílio forçado, além de praticar a difamação e perseguição jurídica contra jornalistas. Segundo a RSF “a imprensa hondurenha tem vivido uma lenta descida aos infernos há mais de uma década, desde o golpe de estado de 2009”. O escritório das Nações Unidas informou que 82 jornalistas foram assassinados desde o golpe, sendo que 91% dos casos ficaram impunes.
A ditadura hondurenha tem promovido um verdadeiro genocídio no campo, onde a tensões agrárias se agravaram com o golpe e a presença de uma força militar estrangeira, dezenas de lideranças sociais e políticas vem sendo assassinadas, inclusive por forças militares americanas, sem que estas nunca tenham sido responsabilizadas pelas ações. Em entrevista ao HispanTV, canal de notícias em espanhol do Irã, o Deputado Bartolo Fuentes do partido Livre denuncia que os militares americanos não respeitam a soberania nacional de Honduras, sobrevoam todo o País e o usam como base para atacar outra nações Latino Americanas. Segundo o Fuentes, a base mais importante fica em Parmerola, no centro do País.
Muitos atos de protestos contra o golpe e a ocupação americana em Honduras tem ocorrido, todas duramente reprimidas pelo regime ditatorial que controla o País. O golpe de Honduras em 2009 inaugurou uma nova tendência da política imperialista para a América Latina, que rejeita a presença de governos de esquerda ou de tipo nacionalista. Após Honduras, houve golpes na Bolívia, Equador, Paraguai, Haiti e Brasil, todos patrocinados pelo imperialismo. Onde não houve um golpe aberto, houve fraude eleitoral e interferência nas instituições como na Colômbia, Argentina, além é claro da Venezuela, onde os EUA chegaram a declarar presidente, o fantoche Juan Guaidó.
O caso de Honduras é fundamental para a compreensão da conjuntura geopolítica do atual período histórico. Pensando nisso, a COTV irá entrevistar no próximo dia 15 de setembro, no programa Conexão América Latina, o ex-presidente Manuel Zelaya, dando uma importante contribuição para a informação que permita a elaboração de políticas contra o intervencionismo imperialista na América Latina.