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A verdadeira história

Como Erundina traiu os trabalhadores e esmagou greve em SP

Boulos e o PSOL afirmam que Luiza Erundina é de luta e a "melhor prefeita de São Paulo", mas a verdadeira história é repressão e perseguição implacável a grevistas

Em 1992, ocorreu uma enorme mobilização dos trabalhadores na greve dos transportes realizada na cidade de São Paulo na CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos). A greve durou apenas 9 dias, mas contou com grande mobilização da categoria que mobilizou até 90% dos trabalhadores que pediam aumento salarial.

A gigantesca e combativa greve acontece em meio a tentativa de privatização do transporte público e um processo inflacionário que deixava os trabalhadores sem condições de sobreviverem. Nos anos 80 e início dos anos 90, o Brasil passava por uma hiperinflação e uma média de inflação de 233% ao ano e durante as eleições de 1989, a inflação era de 49% ao mês, condições que levaram a população a um enorme descontentamento.

Nesse cenário, os trabalhadores do transporte de São Paulo entraram em greve com a principal reivindicação de aumento salarial com 89% de reposição salarial e 15% de aumento real entre outras reivindicações. Diante do cenário de hiperinflação, a reivindicação dos trabalhadores era muito modesta.

A greve iniciada em maio de 1992 contou com a participação massiva dos trabalhadores da CMTC e que chegou as empresas privadas, e com uma combatividade que não era vista há anos. Os trabalhadores realizaram piquetes, conselhos de garagem e enfrentaram a repressão policial e as ameaças realizadas pela prefeita Luiza Erundina contra os trabalhadores.

Os piquetes eram formados pela grande maioria dos trabalhadores e poucos fura greves eram vistos e quando isso ocorria era devido a escolta e violência da Polícia Militar contra os grevistas.

Uma traição aos trabalhadores e uma o uso das forças de repressão contra a greve

As eleições que elegeram Luiza Erundina para a prefeitura do São Paulo pelo PT deixaram uma enorme expectativa diante da classe operária. Erundina com promessas de estatização e um governo formado por intelectuais conhecidos da esquerda como Paulo Freire, realizou uma enorme traição à população explorada na aliança com a direita e a máfia formada pelos capitalistas da empresa de transporte para atacar os trabalhadores da forma mais venal possível.

Desde o início da greve, Luiza Erundina entrou em acordo com a direita e os empresários para utilizar a Polícia Militar contra os trabalhadores e com isso houve uma enorme repressão contra os motoristas em greve. Assim como na ditadura militar, a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana foram utilizadas contra os trabalhadores. Conforme a greve se desenvolvia, a Polícia Militar entrava nas garagens dos ônibus da CMTC para furar o piquete dos motoristas e escoltar os fura greves e após alguns dias de greve, escoltar os motoristas fura greves contratados durante a greve pela prefeita Luiza Erundina. Os dados são de pelo menos 50 grevistas presos em 9 dias de greve.

Dessa maneira, lideranças da greve como sindicalistas e motoristas do comando de greve das garagens, foram sendo identificados e demitidos. Nesse momento que a prefeitura sob a liderança de Luiza Erundina iniciou um dos maiores ataques aos trabalhadores, fato que não foi realizado nem na ditadura militar, que foi a contratação de fura greves durante o período de greve para a volta dos ônibus as ruas da cidade.

Demissões de contração de fura greves

Assim como Luiza Erundina realizou um acordo com a direita para atacar a greve e usar a Polícia Militar, também fez acordo com os empresários que controlam o transporte na cidade para acabar com a greve através das demissões em massa de grevistas. As demissões foram apoiadas pela imprensa golpistas que davam grande destaque as demissões para assustar os trabalhadores em greve e criar um clima de caça às bruxas contra as lideranças grevistas.

Foram 475 trabalhadores grevistas demitidos durante a greve, outros foram demitidos após através de processos administrativos, mostrando a fúria da prefeita Erundina contra os trabalhadores grevistas.

O secretário municipal de Transportes, Lúcio Gregori, chegou a dizer “uma questão de segurança pública, por causa da violência contra as pessoas que querem trabalhar”.

Paulo Sandroni, presidente da CMTC iniciou uma verdadeira caça às bruxas contra os trabalhadores. Em acordo com a prefeita e a direita paulistana, iniciou um plano de contratação de fura-greves e demissões de motoristas grevistas. Afirmava que as “demissões vão continuar”. O Sindicato das empresas particulares de ônibus (Transurb) fez coro com Luiza Erundina na demissão e perseguição dos trabalhadores grevistas e contratação de fura-greves para substituí-los.

 

A repressão da polícia militar e as demissões de grevistas acabou com a greve

Após 9 dias de greve, os motoristas decidiram encerrar a greve devido a grande repressão contra a o movimento dos grevistas. A unidade entre a prefeita Luiza Erundina, a direita, a PM e a imprensa que realizou uma enorme campanha atacando a greve e criando as condições entre a população para justificar a greve foi fundamental para criar um terror dentro da categoria e o fim da greve.

As demissões foram sumárias, fato que gerou grandes manifestações de mulheres e filhos dos grevistas demitidos para mostrar a situação de miséria dos trabalhadores e que as demissões eram um ato ditatorial contra quem lutava pela melhoria de condições salariais diante da inflação galopante.

O próprio Tribunal Regional do Trabalho (TRT) vendo a combatividade da greve e da situação econômica deu um aumento salarial para a categoria, mas a prefeita Erundina foi implacável e colocou a prefeitura para recorrer contra o aumento cedido pelo TRT num momento de hiperinflação.

Mesmo após o fim da greve Erundina, intensificou as demissões contra os grevistas de maneira que deixaria um elemento da extrema direita com inveja. A contratação de fura-greves também foi uma inovação que nem os militares nos anos de chumbo chegaram a realizar.

A repressão à greve dos motoristas permitiu a privatização do transporte público

A perseguição implacável contra os grevistas, demissões, prisões e os ataques contra a greve de 1992 teve consequências graves a CMTC e o transporte público. Da maneira que Luiza Erundina atacou o movimento grevista causou um retrocesso no movimento grevista e de luta dentro das garagens, enfraquecendo a luta dos motoristas. Tanto foi assim, que na gestão posterior de Paulo Maluf, a privatização foi certa devido a esses ataques e quase destruição do movimento dos motoristas.

Os próprios sindicalistas avaliaram nos jornais de época que o fim da greve foi motivado pelas demissões e pelo forte esquema policial montado à frente das garagens, impedindo piquetes de maneira brutal.

Os ataques de Luiza Erundina, colocada como grande “lutadora” dos trabalhadores por Guilherme Boulos e o PSOL, preparou o terreno para que a extrema direita privatizasse quase sem resistência a CMTC e entregasse para os grandes monopólios das empresas de transporte.

Depois dos ataques aos trabalhadores, a saída do PT e entrada no governo Itamar Franco

Ao final de sua gestão, Luiza Erundina estava profundamente desmoralizada e havia um descontentamento muito grande dos militantes do PT e uma pressão para sua expulsão. Situação de crise dentro do PT era evidente e antes da sua expulsão, Erundina saiu do PT após ganhar um cargo no governo de Itamar Franco (1992-1994), recém empossado Presidente da República após a queda de Collor, e que o PT estava oficialmente na oposição. Se filiando a um partido que sempre foi um anexo do PSDB de São Paulo, o PSB.

Essa é a verdadeira história sobre a “melhor prefeita de São Paulo” como está sendo propagandeado pelo PSOL e Guilherme Boulos. Erundina foi uma das responsáveis pelos maiores ataques a classe trabalhadora do município de São Paulo e pela privatização da CMTC e do transporte público.

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