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"Use máscara"

Como a indústria da multa fatura com a repressão “científica”

O equipamento básico de segurança no combate à Covid-19, como as máscaras, não são distribuídas e garantidas pelo Estado, porém, as multas contra a população sim

Como já é sabido de toda população brasileira, durante a pandemia os governos federal, estadual e municipal não fizeram absolutamente nada para combater o coronavírus. Se não bastasse o total desprezo dado pelos governantes ao povo diante da crise pandêmica, ainda se utilizam da situação para roubar o dinheiro dos trabalhadores. Esse é caso das multas que estão sendo aplicadas contra aqueles que não usam mascaras nas ruas e locais fechados. Os valores são abusivos e não faz parte da realidade econômica da maioria dos brasileiros.

O governo estipula que o uso de mascaras é obrigatório durante a pandemia, no entanto não procuram fazer por onde a população possa cumprir a regra. Em nenhum lugar no Brasil foi garantido ou distribuído máscaras gratuitamente para as pessoas. Visto que no inicio da doença e das infecções no país, a máscara como item de prevenção fundamental, os capitalistas rapidamente vendo a possibilidade de aumentar ainda mais seus lucros, se utilizaram da fragilidade da situação e da necessidade do objeto e elevaram os preços das máscaras ao extremo.

É claro que as máscaras serão utilizadas em grande escala, em um país com mais de 210 milhões de habitantes como o Brasil. Prevendo a carestia do produto, o governo ao invés de organizar um plano para a fabricação e produção em larga escala das máscaras de proteção, estatizando empresas, mobilizando profissionais do setor para fabricar e suprir a falta de matérias primas, deixou tudo a cargo das empresas privadas. E com toda cara de pau, resolveu multar as pessoas que estão sem máscara nas ruas.

Me lembro que nos meses de março, abril, maio, uma mascara cirúrgica simples, que deve ser descartada a cada 2 horas, chegava a custar em torno de R$ 5. Os governos mostrando total desprezo não procurou sanar ou fiscalizar o superfaturamento sob o produto. Até porque, ficar ao lado do povo e contra os grandes capitalistas, mesmo dentro de uma pandemia mortal, não faz parte do projeto dos governos genocida de direita neoliberal. O certo deveria, além de ser distribuído gratuitamente em vários locais espalhados por todas as cidades do país, uma campanha de convencimento e esclarecimento popular, para que as pessoas de fato pudessem usar as máscaras, era para ser amplamente divulgada.

Porém, não foi o que aconteceu, muito pelo contrário, ao invés de contratar pessoas para certificar e garantir que as pessoas pudessem ter acesso com facilidade as máscaras e muita publicidade em relação ao assunto, os governantes contrataram fiscais e deram aval ao militares para sair as ruas multando a população, fortalecendo a repressão a indústria de multas no país. Em praticamente todo território nacional, os meios de comunicação de grande alcance, até mesmo as imprensas locais, noticiaram apenas o uso obrigatório do equipamento de segurança, e junto as consequências financeiras pessoais, que podia acarretar o não usar a máscara.

Em São Paulo por exemplo, pela lei, quem estiver nas ruas sem máscara recebe uma multa no valor de R$ 551, dentro de estabelecimentos a multa é de R$ 5.000 por pessoa.  De 1º de julho até 24 de janeiro foram mais de 161.680 inspeções e 2.225 multas aplicadas.  São mais ou menos 11 multas por dia, de acordo com um levantamento obtido pela Globo News, conforme dados da Vigilância Sanitária do Estado. Em Curitiba a multa para pessoas flagradas sem máscara podem variar de R$ 150 a R$ 150 mil para pessoas e empresas.

O valor da multa equivale ao preço médio de uma cesta básica na região e à metade do salário mínimo. O pobre que muitas vezes sequer tem dinheiro para comprar máscara, imagina pagar uma multa dessas. O desemprego na Brasil bate recorde a cada novo levantamento, água, luz e gás os valores sobem a cada mês. O níveis de miséria a fome no Brasil são assustadores. Por esses vários motivos, não se deve ter multa nenhuma.

A imprensa burguesa, compactuando com os governos ditos “científicos” – que não garantiu nenhuma distribuição de máscara em seus estados – como é o caso do Doria em São Paulo, entrou em campo com todo seu cinismo, com centenas de tutoriais e programas de televisão, ensinando a população a produzir em casa suas próprias máscaras. Se a pessoa não tem dinheiro para comprar uma máscara, como será que irá produzir o objeto? Na verdade esse tipo de campanha é uma proposta falta de realidade da vida dos brasileiros, um deboche escancarado.

A situação mais vista durante a pandemia, propagandeada por toda a imprensa venal, é de que a população é a própria culpada pela desgraça que passa o país com mais de 220 mil mortes até o momento e crescendo diariamente. Ou seja, se você não usa máscara, você é principal responsável ou como eles dizem, o irresponsável, culpado pela propagação do Covid-19 no país. A esquerda pequeno burguesa, vivendo no mundo da fantasia, abraçou esse tipo de ideia absurda, e apoiou intensamente a campanha de repressão e até mesmo as multas contra a população que estivesse sem ou usando de forma errada o item de segurança.

Ou seja, os governos direitistas que nada fizeram para controlar a pandemia, além de culpar a população, ainda levam a esquerda a reboque para criar leis e medidas ainda mais repressivas e autoritárias contra a população, e de uma maneira mais geral quem mais sofre e a população mais pobre e mais massacrada pelo capitalismo. É importante deixar claro que não defendemos que as pessoas fiquem sem máscaras. No entanto é dever do Estado dar todo o suporte e apoio, para que as pessoas se conscientizem e possam de maneira natural, buscar sua prevenção e acessar os equipamentos de segurança básicos no combate ao coronavírus.

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