Em todo o país apresenta-se uma tendência às mobilizações contra Bolsonaro e sua política golpista. Enquanto o próprio governo se desintegra em suas contradições, as manifestações do dia 15 maio abriram caminho para uma luta popular contra os golpistas. Ao contrário de alguns setores pequeno-burgueses, o povo não parece querer negociar com o Bolsonaro e deixa isso bem claro na palavra de ordem que atravessou o Brasil: “Fora Bolsonaro”.
No início do ano, o Carnaval já tinha demostrado outra versão dessa palavra de ordem, mas com o deboche que a data sugere. Todavia, enquanto essa tendência se apresenta de forma espontânea e legítima, insistentemente alguns setores tendem a jogar água fria na ação do povo.
O problema maior dos setores pequeno-burgueses que se recusam a enfrentar os golpistas desde o levante contra Presidenta Dilma é a crença nas saídas institucionais. Entretanto, com o agravamento da situação política do país fica a cada dia mais claro que essa crença é uma tentativa de salvar alguns cargos no parlamento e um ou outro cargo no executivo de verdadeiros traidores do povo.
Na verdade, desde o início da campanha golpista contra Dilma, após as eleições de 2014, vários setores que se dizem de esquerda jogaram contra as mobilizações populares e consequentemente contra os próprios direitos do povo. Mesmo assim, uma visão mais clara desse panorama revela que as mobilizações populares são a única ferramenta efetiva para intervir na realidade.
As instituições do Estado burguês agem contra os interesses do povo e a vontade popular Quando se trata do povo, o regime só entende a linguagem da força. Assim sendo, os trabalhadores e explorados não devem se agarrar a um Estado carcomido, moribundo e que sempre foi inimigo. Por isso, é preciso exigir o Fora Bolsonaro, eleições gerais e liberdade para Lula.
Nesse momento, enquanto novas manifestações contra os golpistas estão sendo organizadas, os Comitês de Luta Contra o Golpe produzem um novo cartaz com essas palavras de ordem. Trata-se de uma proposta consequente e clara: fora golpistas, novas eleições e liberdade para o verdadeiro presidente disputar as eleições.
Com o avançado dos acontecimentos e dos ataques ao povo, não podemos mais ter uma postura titubeante contra alguém que nunca fez questão de esconder a sua posição de inimigo do povo. Não podemos mais vacilar. Precisamos unificar as reações aos ataques do governo nas palavras de ordem Fora Bolsonaro, Eleições Gerais e Liberdade para Lula. Essa é a única política possível para a imensa maioria de explorados no Brasil.