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Comitê contra o golpe do DF organiza agenda de mobilizações

Na noite dessa segunda-feira 3 de setembro de 2018 foi realizada mais uma plenária do Comitê contra o golpe – Não à prisão de Lula – DF, contando com a presença de diversos segmentos da classe trabalhadora. A reunião teve início com as intervenções de Danilo Matoso, diretor do sindicato dos arquitetos do DF e militante do PCO, Thelma Maria da Silva, militante do PCO e Osni Calixto, militante do PT.

A política do PCO

Logo no inicio dos trabalhos, Danilo Matoso colocou a política do partido, destacando como a luta pela liberdade do companheiro Lula se confunde com a luta contra o golpe de estado, representado pela sequencia de ilegalidades cometidas com a finalidade de afasta-lo do convívio social e para impedi-lo de fazer campanha para sua eventual eleição. Foi destacado também que, mesmo muito importantes, as conquistas dos governos Lula e Dilma foram facilmente desmontadas, ja no período de interinidade do governo golpista. Foram mudanças superficiais do ponto de vista político, pois, a correlação de forças que as sustentava foi igualmente superficial.

Seguido pelo companheiro Osni, que em sua intervenção também deu destaque ao fato de que dentro do PT há uma campanha pelo isolamento de Lula e promoção direta de Fernando Haddad. Osni é uma liderança reconhecida na cidade, é membro fundador do PT, contudo, percebe que setores do seu partido estão cada vez mais inclinados a direita, virando a pagina do golpe e apostando sua fichas e as dos eleitores do PT no jogo incerto e fraudulento das eleições

Uma militante muito aguerrida do PT, Maria Felix, do comitê de luta contra o golpe do Jardim ABC, situada a 40 km da capital federal, destacou o estado de inquietação dos setores de base da comunidade, principalmente a juventude, que se encontra à deriva. Ficou claro para ela em sua fala que setores da liderança do Partido dos Trabalhadores, que são favoráveis ao plano B, estão contendo a ação da militância. Com o discurso de que as eleições estão garantidas, seja com Lula, seja com quem ele indicar, bastaria que a militância siga com a campanha de maneira tradicional, ignorando o golpe e todas as suas nefastas consequências, que então tudo seria revertido na primeira hora. Ela percebe, no entanto, a fragilidade do discurso, uma vez que a perseguição e ilegalidades contra Lula a cada dia se intensificam, construindo uma situação diretamente oposta!

Também houve uma intervenção de Ricardo Machado, militante do PCO e membro da diretoria do sindicato dos bancários, destacando como neste ano, a campanha salarial da categoria terminou praticamente antes de começar, com a aceitação de condições muito aquém das reivindicações, o que expressa o medo e confusão da classe média com relação ao futuro da situação política.

Uma companheira do serviço publico destacou ainda como o imperialismo dá o tom da situação política mundial, uma vez que possui o controle do estado e da elite de vários países, permitindo que se controle a situação,Até mesmo a ascensão dos governos de viés democrático na America Latina durante as primeiras décadas do século 21 é consequência direta desse controle. Há o medo constante da burguesia de que a radicalização dos movimentos dos trabalhadores evolua para uma situação revolucionária de fato. Destacou também um dos objetivos ideológicos mais claros da perseguição a Lula: o desmonte da imagem do brasileiro, operário, que venceu os diversos obstáculos impostos a ele pela realidade, que tornando-se o maior líder sindical e posteriormente o presidente com maior afinidade com a classe trabalhadora.

Outra intervenção destacada foi a do companheiro Joaquim do PT e do comitê de luta contra o golpe. Ele lembrou que devemos nos preparar para algumas eventualidades, como a fraude, e até mesmo o cancelamento do processo eleitoral. Disse ainda que parlamentares do PT e da esquerda pequeno burguesa estão cometendo uma espécie de corporativismo classista, uma vez que não estão se movendo para impulsionar a luta contra o golpe, e até mesmo evitam o conflito com os parlamentares golpistas no plenário.

A plenária contou ainda com uma intervenção didática. Um militante do PT, recém filiado ao partido, após breve relato sobre sua biografia, foi contundente em afirmar seu apoio incondicional a Haddad, com direito ate mesmo ao trocadilho manjado, resultado dessa política de abandono a Lula: Ele vai se Haddaptar! Com intervenções assim fica claro que alguns setores do PT ainda não compreendem a situação, e endossam a ascensão de um quadro sem qualquer carisma junto a base.

Nesse momento vários membros do comitê intervieram, expondo o alinhamento em torno da política apresentada pelo PCO, de que defender a liberdade para Lula, para que possa concorrer e até mesmo ganhar as eleições, deve ser o eixo principal de luta. Como centro da situação política, Lula é o ponto catalizador do movimento de massas no brasil, fato comprovado mais uma vez pela gigantesca manifestação pelo registro de sua candidatura no ultimo dia 15.

Uma das ultimas falas foi a de Renan Rosa, militante do PCO e candidato a governador do DF. Foi relatado por ele a perseguição que a justiça golpista fez a sua candidatura e a atuação política do Partido no DF. Esclareceu ainda um ponto importante: Lula só terá chance de ser eleito, e se eleito, governar, com um amplo apoio das massas. O imperialismo, através de seu circo particular de fantoches judiciários, precisam remover lula da campanha antes mesmo que ela comece de fato! Contra-atacar sua eleição pode ser o estopim para uma reação mais radical. Os golpistas parecem estar num impasse: Lula preso, intensifica a luta em torno de sua liberdade e escancara a parcialidade do golpe. Lula livre, concorreria e provavelmente ganharia, ainda no primeiro turno, e seria novamente perseguido, escancarando a parcialidade do golpe.

Mesmo com novos apelidos, a perseguição política (Lawfare), a boataria (Fake News) e ate mesmo a calúnia (Bullying) continuam como as ferramentas ideais para manipulação das massas e como justificativa para o esmagamento das organizações e ate mesmo dos próprios trabalhadores. Com a campanha eleitoral tão restrita, e tão rápida, o uso intenso desses recursos será o padrão de atuação dos meios de comunicação golpistas e, até mesmo, dos políticos pequeno burgueses.

Nessa conjuntura, os novos quadros do congresso tendem a ser ainda mais reacionários e conservadores. Certamente serão guiados pelo poder econômico, que é completamente descolado da realidade do trabalhador e de suas reivindicações. Esse fato isolado demonstra que o papel da militância é estar presente nas ruas, organizando as pessoas, interagindo diretamente, tornando a experiência política uma realidade.

Mobilizar-se é a consolidação do entendimento da luta de classes e da correlação de forças que a sustenta. A ação direta, política, nas ruas é o plano de ação para hoje. Não há bola de cristal, não é possível predizer o futuro. Não sabemos se Lula será liberto ou mesmo se haverá eleição. De qualquer forma, os comitês estarão presentes nas ruas em todo território nacional, atuando no esclarecimento da população e pela sua organização. Como disse José Dirceu, ex dirigente do PT, em entrevista dada recentemente: É preciso ocupar o espaço.

A proposta dos comitês é ir além. Que ocupemos o espaço! Que façamos o congresso do povo antes das eleições! Que libertemos Lula! Esses são os planos para hoje!

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