Da redação – A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou nota oficial, assinada por sua diretoria e Coordenação Executiva Nacional, denunciando a proposta do presidente fascista Jair Bolsonaro de utilização da Garantia da Lei da Ordem (GLO) também no campo. Assim, para desocupar terras em que os camponeses sem terra se assentaram, Bolsonaro colocaria a disposição de seus chefes latifundiários as forças armadas, para exterminarem os sem terra em nome da propriedade privada – que não passa de uma apropriação do bem público.
“Os indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais, trabalhadores e trabalhadoras rurais, bem como os sem-terra vivem dias nefastos e sob constante insegurança. Isto é o que quer o presidente, submisso aos interesses ruralistas: atropelar prerrogativas estaduais e garantir impunidade a policiais e militares que alvejarem pessoas em reintegração de posse de propriedades rurais ocupadas ou já com posse efetiva. É uma licença para matar!”, afirma a nota.
Desta forma, a entidade se soma ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que também expressou sua indignação com a proposta fascista do presidente ilegítimo.
Ao mesmo tempo em que propõe estender para o campo as operações de GLO, o governo Bolsonaro pretende aplicar o preceito inventado de “excludente de ilicitude” aos agentes da repressão que matarem cidadãos civis nessas operações. Assim, tanto na cidade como no campo, os policiais e militares poderão matar os pobres, trabalhadores e sem terra a torto e a direito, com a desculpa de que apenas estavam se defendendo.
“O excludente de ilicitude nada mais é do que uma licença legal para matar e reprimir a luta social, ou seja, agentes de segurança pública e das forças armadas serão eximidos de responsabilidades sobre agressões e mortes se forem praticadas sob situações de ‘pressão emocional’ ou que justifiquem segundo eles, o emprego da força ostensiva. Isso deve ampliar o extermínio que já acontece contra pobres, negros, periféricos, Sem Terra, indígenas, lutadores e lutadoras e defensores do meio ambiente”, denunciou o MST.
É preciso que os trabalhadores do campo criem, imediatamente, comitês de autodefesa, diante do aumento absurdo da repressão que vêm sofrendo. Além disso, devem lutar pelo seu direito legítimo ao armamento, uma vez que os latifundiários estão armados e têm junto a eles milícias e os órgãos do Estado para massacrarem os sem terra. Por último, os movimentos populares dos trabalhadores das cidades e os partidos de esquerda que realmente lutam ao lado do povo devem prestar total apoio à luta dos sem terra, um apoio concreto que vá em direção à derrubada do governo Bolsonaro, um governo do imperialismo, dos banqueiros, dos latifundiários e dos militares.