A recente declaração de Bolsonaro, que atacou duramente o pai de Felipe Santa Cruz, presidente da OAB, está provocando um grande efeito sobre o governo. A temperatura subiu tanto que o impeachment de Bolsonaro foi uma das hashtags mais comentadas no Twitter nos últimos dias.
Por um lado essa é a demonstração de que a ditadura militar, um regime sanguinário que reprimiu todo o povo brasileiro, é profundamente antipopular. São muito minoritários os elementos que defendem o regime militar. Mas além de toda a crise envolvida nessa declaração explosiva do presidente é preciso afirmar claramente: Bolsonaro mentiu ao dizer que Fernando Santa Cruz foi morto pela Ação Popular, organização em que o pai de Felipe militou na juventude, conforme já demonstrou a Comissão da Verdade.
Conforme destacou o próprio sítio da revista Época, da rede Globo, na semana passada, já no governo Bolsonaro, a Comissão da Verdade produziu documento onde se constata que Fernando Santa Cruz, pai de Felipe, “faleceu provavelmente no dia 23 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro/RJ, em razão de morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro, no contexto da perseguição sistemática e generalizada à população identificada como opositora política ao regime ditatorial de 1964 a 1985.”
Além do documento produzido pela Comissão da Verdade, a matéria da Época afirma também que há um documento do Ministério da Aeronáutica que informa a data da prisão de Fernando Santa Cruz como sendo o dia 22 de fevereiro de 1974. Bolsonaro mentiu deliberadamente sobre o pai do presidente da OAB porque é um defensor intransigente e até inconveniente da ditadura militar brasileira.
Além de ter sido “eleito” em uma fraude gigantesca, que começou com a retirada de Lula das eleições, já existe no país um amplo sentimento de repúdio a Bolsonaro, como já temos visto desde o carnaval, o que é natural dada a amplitude de ataques desferidos contra toda a população em 7 meses de governo.
A defesa ideológica que Bolsonaro faz da ditadura militar serve para fortalecer a formação da ditadura que está sendo formada no Brasil de hoje. Bolsonaro não é só mentiroso, é uma verdadeira escória social, uma “poeira humana”, como diziam os bolcheviques.
A esquerda deve ocupar as ruas e formar um amplo movimento pelo “Fora Bolsonaro” e exigir novas eleições com Lula como candidato e quebrar a formação desta ditadura que está se construindo no Brasil.