As vendas no varejo brasileiro tiveram uma queda de 16,8% no mês de abril, o pior resultado já registrado desde o começo da série histórica, em janeiro de 2000. Os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (16) também revelam uma queda de 16,8% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Os resultados vieram abaixo do esperado pelo mercado, que estimavam uma queda de 12% mensal e 13,6% no comparativo há um ano antes.
Pela primeira vez os dados refletiram um mês completo após o isolamento social e o fechamento parcial das atividades, e no acumulado do ano o setor já registra uma queda de 3%. Os setores mais prejudicados foram Tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-43,4%) e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-29,5%), que incluem as lojas de departamento, e Móveis e eletrodomésticos (-20,3%). Nos setores considerados atividades essenciais como supermercados e itens farmacêuticos, as quedas foram de 11,8% e 17%, respectivamente.
As quedas bruscas são explicadas não somente pelo isolamento social, mas também pela crise econômica cada vez mais intensificada e ainda sem dimensões reais, além da queda da renda dos trabalhadores, o aumento do desemprego e também o medo de contágio do consumidor ao sair ás ruas. Os números também explicam o porquê das políticas genocidas de abertura econômica em plena escalada de número de casos e mortes pelo Coronavírus, há um verdadeiro desespero capitalista para que tudo volte ao normal e estes números consigam ser recuperados, enquanto trabalhadores são obrigados a se exporem a doença.