Da redação – Começa hoje (24) o julgamento para a extradição do ativista digital Julian Assange, fundador do Wikileaks, para os Estados Unidos.
O julgamento ocorre no tribunal de Woolwich Crown Court, em Londres, próximo da prisão de segurança máxima de Belmarsh, onde o jornalista australiano está preso. A sentença demorará vários dias para ser emitida, podendo ser adiada para maio ou, até mesmo, se prolongar por anos.
Assange é acusado nos Estados Unidos de ter divulgado informação confidencial em 2010, violando a Lei de Segurança Nacional ao espionar e conspirar para acessar o sistema informático do governo, agindo junto ao soldado Chelsea Manning, que filtrou telegramas diplomáticos para que o Wikileaks os vazasse para diferentes jornais pelo mundo.
Esses vazamentos foram essenciais para a denúncia dos crimes contra a humanidade cometidos pelo imperialismo norte-americano nas guerras do Iraque e do Afeganistão, bem como na prisão de Guantánamo. Por isso Assange é defendido por numerosos ativistas dos direitos humanos e da liberdade de expressão e perseguido pelo governo dos EUA.
No total, ele é acusado de 18 crimes. Além do de ter atentado contra a segurança nacional dos EUA ao expor os crimes desse país, o imperialismo espalhou boatos de que Assange estaria envolvido em crimes de estupro na Suécia. Ele pode pegar até 175 anos de prisão, no total.
A trama imperialista para prender um dos maiores responsáveis pelas denúncias das barbaridades cometidas pelo imperialismo não parou por aí. Em 2012, Assange conseguiu se refugiar na embaixada do Equador em Londres, tendo recebido a cidadania equatoriano e asilo político do presidente Rafael Correa. Quando, no entanto, o imperialismo trocou Correa pelo seu fantoche Lenín Moreno, este, arbitrariamente, retirou o asilo de Assange, que foi capturado em 2019 pela polícia britânica e enviado para a prisão de Belmarsh.
Lá, ele tem sofrido diferentes tipos de maus-tratos, denunciados como tortura física e psicológica por uma quantidade enorme de médicos e advogados, que dizem inclusive que o australiano de 48 anos de idade corre o risco de perder a vida.
Devido a isso, manifestações pela liberdade de Assange – que não cessaram desde que foi preso – e em denúncia a seus maus-tratos vêm ocorrendo por todo o mundo, especialmente na capital inglesa.